Bando de oportunistas vai governar Timor-Leste?
Blog Portugal Directo – 04/08/2007
“O princípio do fim da Fretilin será a eleição de ramos horta segundo afirma no seu site, demonstrando absoluta confiança em ser eleito e, por tal, o substituto de Xanana Gusmão na presidência da república timorense”. – in “Público” acerca das eleições presidenciais
Tudo que está a ocorrer em Timor-Leste era de esperar desde que Xanana Gusmão soltou a fúria, até então contida, sobre os adversários que lhe poderiam fazer sombra na prossecução dos seus desígnios, a Fretilin com Mari Alkatiri. Não porque ele tenha algo especificamente contra a Fretilin mas sim contra esta Fretilin que não tem possibilidades de manipular enquanto Mari Alkatiri se mantiver seu secretário-geral.
Historicamente já é do conhecimento geral a tendência que este membro da elite timorense tem para o absolutismo e para conseguir aquilo que pretende sem olhar a meios, sem observar elementares éticas políticas, sem observar o respeito que deve aos adversários de agora que foram seus companheiros de luta pela independência. A possibilidade que Xanana dispôs de enganar a maioria dos que nele acreditaram desvanece-se cada vez mais em cada dia que passa e as loas que antes os portugueses e outros cidadãos do mundo tomavam por verdade, honestidade e simplicidade daquela carismática figura passaram a esbarrar na desconfiança generalizada dos que o estimavam, apoiavam, admiravam a mantinham o fogo da sua lenda aceso. Essas loas já só servem para consumo interno, que agora é o que lhe interessa.
É certo que muito pouco fala Xanana Gusmão actualmente, escudando-se numa invenção chamada AMP – Aliança para a Maioria Parlamentar – e deixando que os outros, figuras minúsculas da política timorense, sedentos de poder sigam em frente, desbravando terreno e fazendo “terra queimada” por onde apontam caminho. Mas a verdade é que se ele muito pouco fala muito faz pela surra. Devagar, devagarinho, os entendidos nas estratégias de golpes de estado e da criação das condições para a tomada do Poder de forma aparentemente democrática têm usado com êxito os seus méritos e conhecimentos adquiridos em experiências anteriores.
As inteligências australianas e norte-americanas têm sabido levar a água ao seu moinho – ou será o petróleo? – e triste será vermos Timor-Leste ficar na posse de países e grupos económicos sem escrúpulos que se usam de políticos fantoches, sem pingo de decência, contaminados pelos vírus do “salve-se quem puder que isto não vai durar sempre!”
Também não constitui grande surpresa o comportamento político do recém eleito presidente da República, José Ramos Horta, sendo melhor precavermo-nos com o dilate da sua decisão em “arrumar” de vez com a Fretilin de Mari Alkatiri – coisa que ele afirmou ir acontecer durante a campanha eleitoral em que participou contra o seu antigo partido, a Fretilin. Na realidade, a Fretilin não foi “arrumada” através do sufrágio universal explicitado pelos eleitores mas está a ser “arrumada” através do cinismo político de Ramos Horta na qualidade de presidente da República timorense ao pretender ignorar que o partido maioritariamente votado nas recentes eleições legislativas foi a Fretilin e que a o CNRT de Xanana Gusmão não passa de uma segunda força política cheia de “oportunistas”, dito pela voz de Mário Carrascalão…
Inopinadamente os partidos perdedores inventaram uma aliança pós-eleitoral para baralhar tudo e retirar o direito legítimo da Fretilin governar, construindo uma maioria parlamentar a que chamam AMP, com os piores filhos de Timor-Leste misturados com alguns dos melhores… mas poucos.
Para quem observa a situação política timorense torna-se incompreensível a opção do PR em entregar o Poder Absoluto à denominada AMP, pactuando com um embuste pós eleitoral. Afinal, a Fretilin não prestou na sua governação enquanto teve o Poder Absoluto dado por uma expressiva maioria nas urnas, a ela, só a ela, e agora este PR, dito Nobel, fomenta o Poder Absoluto em “manta de retalhos” a uma bando de oportunistas – como Carrascalão lhes chamou antes de entrar no bando. Se este é o triste fado dos timorenses melhor será que passem ao vira!
Publicada por Malai Azul em http://timor-online.blogspot.com/
04 août 2007
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