17 août 2007

Timor-Leste: FRETILIN dá orientações aos seus militantes para manifestarem-se pacificamente contra o Governo Inconstitucional

FRETILIN - Comunicado de Imprensa - 16 de Agosto de 2007

O maior partido de Timor, FRETILIN, apelou aos seus apoiantes para que não usem violência e protestem de forma pacífica contra a decisão inconstitucional do Presidente Ramos-Horta em convidar o segundo partido mais votado, CNRT, em vez de convidar a FRETILIN que foi quem venceu as eleições.

Deputados e membros da liderança da FRETILIN visitaram diversos distritos de Timor-Leste para passar uma mensagem de paz aos militantes e apoiantes da FRETILIN.

José Reis, Primeiro Secretário-geral Adjunto da FRETILIN, nos distritos de Viqueque e Baucau, José Manuel Fernandes, Segundo Secretário-geral Adjunto da FRETILIN, no distrito de Covalima, Estanislau da Silva, deputado parlamentar, nos distritos de Dili e Manatuto, Ana Pessoa, deputada parlamentar, no distrito de Bobonaro, Cipriana Pereira, deputada, no distrito de Dili, e José Teixeira, deputado parlamentar, no distrito de Manufahi.

“Os líderes e os deputados da FRETILIN passaram o fim-de-semana em diversos distritos, pedindo aos nossos apoiantes para que não usem violência e para fazerem protestos pacíficos contra o governo inconstitucional,” disse Arsénio Bano, Vice-Presidente da FRETILIN.

“A posição da FRETILIN, em relação à violência, tem sido sempre clara e não mudou. Qualquer pessoa que use a violência deve ser levado à justiça por estar contra a lei, independentemente da sua afiliação política,” afirmou Arsénio Bano.

“Iremos visitar os outros distritos que faltam, nos próximos dias, para passar a mesma mensagem aos nossos apoiantes.

“A decisão de José Ramos-Horta foi inconstitucional pois o primeiro partido mais votado, e não o segundo, é que deveria ter sido convidado a formar o governo. O Presidente da República deveria dado ao partido vencedor a oportunidade de negociar para formar um governo que representasse o desejo do eleitorado e que não afectasse a estabilidade.”

“Explicamos aos nossos apoiantes que a FRETILIN propôs que se formasse um governo de grande inclusão, com um Primeiro-Ministro independente e dois Vice-Primeiro Ministros, um da FRETILIN e outro do CNRT.

“Nós propusemos a formação de um governo de grande inclusão porque a FRETILIN acredita que as eleições demonstraram que esse é o tipo de governo que o povo quer, com os líderes do país a trabalharem em conjunto para trazer a estabilidade à nação.

“Esta proposta obteve o apoio do Presidente Ramos-Horta mas foi completamente rejeitada pelo Sr. Gusmão, que insistiu que ele próprio deveria ser indigitado pelo Presidente da República para Primeiro-Ministro, embora o seu partido não tenha vencido as eleições, obtendo apenas 24%.”

Arsénio Bano rejeitou a acusação feita pelo Sr Xanana Gusmão, afirmando que os líderes da FRETILIN foram aos distritos para reforçar os actos de violência.

Bano afirmou que “Logo após o anúncio do Presidente da República onde convidou o Governo Inconstitucional a ser formado, demos orientações para fazerem manifestações pacíficas e temos feito todos os esforços para acalmar a situação (veja Comunicado de Imprensa - Declaração de 6 de Agosto de 2007). O Senhor Xanana quer que todos aceitem-no como PM mesmo sabendo que não tem legitimidade, visto que obteve apenas 24% dos votos.”

“Em vez de acusar as outras pessoas, o Sr Gusmão deveria olhar para si próprio e pensar que ele próprio, quando ainda era Presidente da República, contribuiu para a crise de 2006 ao passar mensagens inflamatórias e ter reforçado a divisão entre loromonu e lorosae. Ele também atacou a FRETILIN diversas vezes, e fez falsas acusações para tentar diminuir a popularidade da FRETILIN.

Bano disse que “o Sr. Gusmão não vê a realidade que 76% do eleitorado não votou no CNRT, e desses 76% muitos não o aceitam como PM por não ser de acordo com a Constituição.”
“O Sr Gusmão deve ver que o eleitorado tem tido várias iniciativas para demonstrar a sua revolta em relação a decisão do Presidente da República. O eleitorado sabe que eles venceram, mas sentem que o sue voto não tem valor porque o Presidente da República não respeita os resultados das eleições legislativas de 2007.”

“A responsabilidade da lei e ordem e da UNPOL, das Forças Internacionais de Estabilização e da PNTL, e não da FRETILIN”, afirmou Bano.

“Se o senhor Xanana, como PM, não tem capacidade para acalmar a situação, então é melhor resignar-se do cargo. A crise em 2006 teve inicio porque o Senhor Xanana quis obrigar o PM da altura a resignar, e tem-se prolongado até agora.” Concluiu Arsénio Bano.

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