20 août 2007

Timor-Leste: Os deputados da Fretilin

"MILITANTES DA FRETILIN REJEITAM O REGRESSO DOS DEPUTADOS DA FRETILIN AO PARLAMENTO NACIONAL" - diz José Reis
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O Adjunto do Secretário-Geral do partido Frente Revolucionária de Timor-Leste Independente (Fretilin), José Reis, afirma que apesar de os militantes do partido terem rejeitado o regresso da bancada Fretilin ao Parlamento Nacional, a Comissão Política Nacional (CPN) decidiu que ela volte ao Parlamento Nacional, na segunda-feira.
José Reis pronunciou-se sobre esta questão ao Jornal Nacional Diário , após a reunião da liderança Fretilin com os seus quadros em Bucoli, Baucau, no sábado passado.
José Reis revela que para consolidar o partido Fretilin, os membros da CPN e os quadros da Fretilin realizaram um encontro com os militantes e simpatizantes dos 13 distritos.
José Reis revela ainda que, durante esse encontro, a liderança da Fretilin tentou explicar sobre a situação política decorrida no país.
Houve grandes reacções por parte dos militantes, que ameaçaram os deputados da bancada Fretilin, para que não regressassem ao Parlamento, porque a decisão do Presidente da República violou os direitos dos seus votos, atribuídos à Fretilin, nas legislativas do passado dia 30 de Junho.
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«Os membros da CPN e quadros da Fretilin desceram à base, explicando aos seus militantes dos 13 Distritos a posição da Fretilin relacionada com a decisão do Presidente da República sobre a formação do Governo. Reflectiu-se também sobre como consolidar melhor o partido para tomar medidas políticas legais contra o actual Governo inconstitucional», afirmou José Reis.
O Adjunto do Secretário-Geral da Fretilin, e ex-Secretário de Estado da Região I na Governação da Fretilin, afirmou ainda que a Fretilin continua a considerar o Governo AMP como um Governo inconstitucional, porque a decisão do Presidente da República violou a Constituição. Portanto, «através desse encontro tentámos ouvir as aspirações dos militantes sobre a consolidação da Fretilin, dos níveis Distritais até à base, e assim podemos tomar decisões políticas e medidas legais contra esse Governo inconstitucional. Tentámos explicar a razão pela qual a bancada Fretilin deseja regressar ao Parlamento Nacional, mas surgiram fortes reacções que rejeitam esse regresso», explicou José Reis.
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Acrescentou que é importante travar as atitudes que continuam a violar a Constituição e as Leis. Por exemplo, a formação da Comissão. Por enquanto ainda não há alteração no regimento do Parlamento Nacional para criar Comissões, mas continuam a ser elaboradas:
«Portanto explicámos aos nossos militantes o Governo inconstitucional, o Governo totalitário, um Governo que começa a criar uma ditadura e um Governo que continua a violar a Constituição e as Leis que vigoram em Timor-Leste», lamenta o líder da Fretilin.
Esclareceu que, durante o encontro, os militantes da Fretilin expressaram os seus sentimentos de insatisfação pelo novo Governo e pela decisão do Presidente da República, que, não respeitando a Constituição e os votos dos 120 mil eleitores que atribuiram a sua confiança à Fretilin, destruiu assim a Fretilin.
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«Segundo os militantes, apesar de a liderança da Fretilin não ter autorizado a realização de acções, eles continuarão a tomar a iniciativa em manifestações pacíficas, como forma de protesto contra o Governo inconstitucional, tendo em conta o nosso direito de voto, que o próprio Presidente da República não respeitou», expressões dos militantes que José Reis reproduziu.
Ainda segundo José Reis, mesmo que os militantes da Fretilin rejeitem o regresso dos seus deputados eleitos ao Parlamento Nacional, a liderança do partido continuará a tentar explicar a razão desse regresso, decidido pela CPN no encontro desta Comissão.
«Amanhã (hoje, segunda-feira), a bancada da Fretilin regressa ao Parlamento e o Chefe da bancada fará aí uma declaração política sobre este assunto», informou José Reis.
José Reis afirma que, durante o encontro, os quadros, militantes e simpatizantes apresentaram uma proposta, segundo a qual continuarão a protestar por escrito, através de declarações políticas, apresentando o caso em Tribunal e realizando acções pacíficas. No fim, se não houver soluções, optarão pela violência.
Concluindo, José Reis disse que a liderança da Fretilin tentou explicar a situação e continua a acalmar a reacção dos militantes e simpatizantes, aconselhando-os a actuar por meio de acções pacificas, sem recorrer à violência.
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JNSemanário (título TLN)

Publicada por Fábrica dos Blogs em 19:25:00

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