24 novembre 2007

Boas notícias...

Boas notícias chegam da Austrália com a vitória do trabalhista Kevin Rudd sobre o conservador John Howard que, abandona assim o poder após 11 anos!

O clima diz obrigado e Timor-Leste também deve estar agradecido!

Não sei se haverá muitas modificações em relação a Timor-Leste mas, haverá pelo menos uma de relevância que é a de ter maior respeito pela jovem nação.

Não esqueço que Howard tinha reconhecido a integração de Timor na Indonésia, o preço que pagou para estabelecer o acordo sobre o petróleo do Mar de Timor com Indonésia mas que teve de renegociar com a independência de Timor.

Não esqueço também que Howard permitiu-se passear em Timor, só avisando as autoridades timorenses quando já sobrevoava o território, por achar, como disse, que Timor pertence mais aos australianos do que aos próprios timorenses...

Com a visita de Durão Barroso, Presidente da Comissão Europeia a Díli, o Estado Timorense doou o antigo edifício militar prometido e já recuperado para Centro Cultural Timorense à Europa, é uma forma de pagar o apoio de 63 milhões de Euros prometidos pela Europa!

Enfim, foi uma forma indirecta de agradecer também a Portugal o que a Europa tem feito por Timor pelo lusófobo Ramos Horta, não estou a ver mais ninguém na União Europeia a defender e a apoiar Timor além de Portugal, por exemplo, a França sempre que pode, na União Europeia ou nas Nações Unidas, tem sido sempre hostil às ajudas a Timor.

Ramos Horta que ainda sonha em voz alta em ser Secretário-Geral das Nações Unidas, porque certamente Timor-Leste é muito pequeno e sem importância para ele, só que se esquece que normalmente há uma rotação na origem dos secretários gerais e o actual é asiático...

O presidente da República de Timor-Leste anunciou também que vai propor José Manuel Durão Barroso e a União Europeia (UE) para o Prémio Nobel da Paz de 2008.

Assim vai o andando o mundo...

23 novembre 2007

Vamos viajar ao sabor das marés...

O “Entre Cais” vai enfim viajar ao sabor das marés, entre Timor e Lisboa, entre a Bélgica e Portugal, entre Angola e Brasil, entre Cabo-Verde e Moçambique ou entre a Colômbia, Guiné-Bissau e a Europa e também entre emigrações e migrações.

Serão reflexões pessoais deste vosso mareante emigrante na Bélgica, há quase quarenta, anti-fascista e anti-colonialista, fui cineasta, realizador de televisão, jornalista e produtor de rádio nas antenas belgas, divulgador da cultura e em particular da música portuguesa e depois também de toda a música lusófona, divulgador das realidades política e social em Portugal e na emigração e grande defensor da causa timorense, nas mesmas antenas belgas antes e depois do referendo.

Hoje, reformado, vivo, fisicamente e espiritualmente entre Portugal e a Bélgica e viajo em sonhos por todo o mundo, em especial no lusófono, sobretudo depois de ter visitado realmente o Brasil e Timor-Leste, sempre em trabalho jornalístico e que muito me fascinaram.

Parafraseando António de Alçada Baptista, foi só depois de ter visitado o Brasil que me apercebi da grandeza da língua portuguesa e foi só desde aí que comecei a ler muito menos em francês ou pelo menos com um maior sentido crítico, por enfim me ter apercebido da lavagem dos cérebros que as culturas dominantes, mesmo vindas de um país livre, provocam naqueles que aceitam ou admiram essa cultura.e a partir daí decidi só pensar em português.

Muita maior lavagem do cérebro sofreu o povo timorense que, durante 25 anos, viu-se impor a língua indonésia e que hoje a aceita, alguns mesmos a defendem, sobretudo os que a deviam combater em nome da independência e da identidade nacional, como Ramos Horta que acaba de visitar oficialmente Portugal na indiferença geral do povo português, num contraste enorme às grandes manifestações populares de apoio aos timorenses em 1999/2000.

É de tudo isto e de tudo o mais que me possa atravessar o espírito que vou falar aqui no Entre Cais: Notícias e opiniões, história e "estórias", memórias e também reflexões sobre o futuro, enfim as opiniões de um cidadão livre que ainda acredita no homem e que aspira viver num mundo melhor.




Fernando Cabrita Moreira, mareante do “Entre Cais”

21 de Novembro de 2007

Liège, Bélgica, União Europeia.
Oeiras, Portugal, União Europeia

18 novembre 2007

O que vai mudar na ortografia em 2008:

O último Acordo ortográfico da língua portuguesa foi assinado em... 1990 e os mercadores do templo dos livros em Portugal, ainda se atrevem a dizer que ainda é necessário tempo para discutir a aplicação agora prevista para 2008, já repararam, 18 anos depois!
Talvez seja melhor é pensar e aplicar já um novo acordo mais completo!

Que o José Jorge Letria nunca tenha sido um ecritor da primeira linha, toda a gente o sabia, talvez só o próprio é que não mas, que agora andasse mais preocupado com os negócio dos cifrões do que em escrever para as criancinhas... isso é demais!

Os portugueses são mesmo muito tacanhos, em vez de denfenderem a língua que é um património de nós todos preferem só contar os tostões que talvez venham a perder se os livros brasileiros “invadirem” as nossas livrarias ou pior ainda para eles, se invadirem as de Angola ou de Moçambique!




Vejamos na prática o que vai mudar na nossa língua:

TOMEM BEM NOTA !!

A partir de Janeiro de 2008, Brasil, Portugal e os países da
Comunidade dos Países de Língua Portuguesa: Angola, Brasil, Cabo
Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor
Leste - terão a ortografia unificada.

O português é a terceira língua ocidental mais falada, após o inglês e
o espanhol. A ocorrência de ter duas ortografias atrapalha a divulgação
do idioma e a sua prática em eventos internacionais. Sua unificação, no
entanto, facilitará a definição de critérios para exames e certificados
para estrangeiros.

Com as modificações propostas no acordo, calcula-se
que 1,6% do vocabulário de Portugal seja modificado.
No Brasil, a mudança será bem menor: 0,45% das palavras terão a escrita alterada.
Mas apesar das mudanças ortográficas, serão conservadas as pronúncias
típicas de cada país.




O que vai mudar na ortografia em 2008:

- As paroxítonas terminadas em "o" duplo, por exemplo, não terão mais
acento circunflexo. Ao invés de "abençôo", "enjôo" ou "vôo", os
brasileiros (e os outros) terão que escrever "abençoo", "enjoo" e
"voo";

- mudam-se as normas para o uso do hífen no meio das palavras;

O hífen vai desaparecer do meio de palavras, com excepção daquelas
em que o prefixo termina em `r?, casos de "hiper-", inter-" e
"super-". Assim passaremos a ter "extraescolar", "aeroespascial" e
"autoestrada".

- Não se usará mais o acento circunflexo nas terceiras pessoas do
plural do presente do indicativo ou do substantivo dos verbo "crer",
"dar", "ler","ver" e seus decorrentes, ficando correta a grafia
"creem", "deem", "leem" e "veem";

- Criação de alguns casos de dupla grafia para fazer diferenciação,
como o uso do acento agudo na primeira pessoa do plural do pretérito
perfeito dos verbos da primeira conjugação, tais como "louvámos" em
oposição a "louvamos" e "amámos" em oposição a "amamos";

- O trema (brasileiro) desaparece completamente. Estará correto
escrever "linguiça", "sequência", "frequência" e "quinquênio" ao invés
de lingüiça, seqüência, freqüência e qüinqüênio;

- O alfabeto deixa de ter 23 letras para ter 26, com a incorporação de
"k", "w" e "y";

- O acento deixará de ser usado para diferenciar "pára" (verbo) de
"para" (preposição);

- No Brasil, haverá eliminação do acento agudo nos ditongos abertos
"ei" e "oi" de palavras paroxítonas, como "assembléia", "idéia",
"heróica" e "jibóia". O certo será assembleia, ideia, heroica e jiboia;

- Em Portugal, desaparecem da língua escrita o "c" e o "p" nas palavras
onde ele não é pronunciado, como em "acção", "acto", "adopção" e
"baptismo". O certo será ação, ato, adoção e batismo;

- Também em Portugal elimina-se o "h" inicial de algumas palavras, como
em "húmido", que passará a ser grafado como no Brasil: "úmido";

- Portugal mantém o acento agudo no e e no o tônicos que antecedem m ou
n, enquanto o Brasil continua a usar circunflexo nessas palavras:
académico/acadêmico, génio/gênio, fenómeno/fenômeno, bónus/bônus;


Fontes: Banco de Dados da Língua Portuguesa ^ FFCLH USP (2007),
Revista Isto É, Folha de São Paulo, Agência Lusa e, Semanário "SOL"

E assim vai a negociata da nossa língua...

SPA e EPEL criticam Governo sobre anúncio do Acordo Ortográfico

Público 18.11.2007

Ausência de debate, ministérios centrais fora do processo, precipitação e riscos não ponderados são alguns dos reparos feitos pela SPA e a APEL no momento em que, de fonte oficial, se soube que o Governo pretende ratificar até ao final do ano o Protocolo Modificativo do Acordo Ortográfico.
Um primeiro reparo prende-se com a "informalidade" do anúncio da projectada ratificação. Tanto a SPA (Sociedade Portuguesa de Autores) como a APEL (Associação Portuguesa de Editores e Livreiros) desaprovaram o modo como o ministro dos Negócios Estrangeiros deu a conhecer o propósito governamental: "No intervalo para café da XII Reunião do Conselho de Ministros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), anotou a APEL, num comunicado; declaração "sem carácter formal", apontou José Jorge Letria, vice-presidente da SPA, ouvido pela Lusa.
Mais duros foram os reparos feitos pelas duas associações ao que descreveram como "ausência de debate". "Nenhuma instituição do Estado, ou que o represente", disse "nada a ninguém", assinalou à Lusa José Jorge Letria, precisando que, por exemplo, a cooperativa de cuja direcção faz parte "não tem conhecimento do que vai ser ratificado".
No mesmo sentido se pronunciou Baptista Lopes, presidente da APEL, ao considerar "fundamental que tudo seja analisado e discutido". "Não somos antiacordo; somos é contra o modo de ratificação, esta forma canhestra e pouco respeitadora" de fazer as coisas.
A José Jorge Letria "surpreende e preocupa" verificar que os Ministérios da Cultura e da Educação, "estruturantes" neste processo, "não foram tidos nem achados" no debate. O processo é conduzido pelo MNE e este, critica o escritor, "deixa de fora" instituições que nele deveriam estar directamente envolvidas - não apenas a SPA, mas também a APEL, a União de Editores Portugueses, UEP, a Associação Portuguesa de Escritores, APE. Tem de haver, reclama, "ponderação e debate".
Os dois responsáveis estão convencidos de que os interesses de Portugal nesta matéria não estão a ser devidamente tidos em conta e alertam para os riscos. Para além das "implicações óbvias" no mundo editorial, são os próprios interesses nacionais que estão em causa, na avaliação de ambos.

08 novembre 2007

RAMOS HORTA VEM A PORTUGAL PEDIR NADA!

O ENFADO MATA!
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Pior que o tabaco, o enfado mata que se farta e não houve uma única entidade da saúde ou governo de um país que tivesse a honestidade de fazer a devida divulgação desta terrivel pandemia que assola mais de dois terços da humanidade.
Exemplo disso é o Presidente Horta, que está farto de mascar folhas de areca e cal - limpou a boca para não se ver na fotografia o vermelho da reacção quimica - e no momento do instântaneo cogitava quem devia nomear e para que cargo, para fazer mais uma recepção ao corpo diplomático e ao indiano da Manitoba que levou uma descasca do Xanana por não dar à luz.
Esqueceu-se o responsável Manitoba, por acaso indiano, de Goa e português dos três costados, de dizer ao Presidente-Primeiro-Ministro-Ministro dos Petróleos, Xanana, que os homens não dão há luz.
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Bem, mas isto foi um àparte que apareceu no desenvolvimento do raciocinio, porque aquilo que importa referir e alertar é que realmente o enfado mata.
O remédio é dar-mos cabo do enfado antes que dê cabo de nós. Isso mesmo é o que Horta faz - tirando umas vezes por outras em que a doença é mais forte que ele.
Para além de ousar desafiar o enfado com nomeações sem nexo - caso da de Kirsty Sword - e fazer festarolas para o Corpo Diplonático e demais entidades - tipo governadores colonialistas para se entreterem na pasmaceira que governavam - Horta viaja.
Se lhe perguntarem ele acha que anda a viajar muito pouco, uma insignificância, mas como já lhe chamam o Presidente Itinerante teve de apelar à contenção.
Mesmo assim lá tem à sua disposição um jacto para umas voltas, que às vezes sai ao cair da noite e regressa pouco antes do sol nascer - são as chamadas Escaportas, quer dizer: escapadeles do Horta.
Faz bem mudar de ares e de óleo.
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Vem agora Horta, em meados deste mês, a Portugal, às suas raízes de uma das costelas nortenhas de que é descente - também é judeu, indonésio, indiano, australiano, americano e... parece-me que também timorense, etc.
Fontes informativas em Portugal adiantaram que ele vem tratar de fazer mais umas pedinchas - para portugês formar a polícia timorense, outra vez.
É só mais uma!
Segundo disseram é basicamente isso, porque anda muito preocupado com a segurança do país e a falta de formação dos polícias timorenses.
Então, mas Portugal não deu já para esse peditório? Perguntou a consciência de alguém que a tem.
Pois pediu, mas depois a Fretilin do Ministro Lobato fez uma lavagem aos cérebros e lá se foi a formação! - desculpem mas eu tinha de responder alguma coisa.
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Meditando sobre o assunto, a verdade é que não se justifica que Horta venha novamente pedir a mesma coisa.
Justifica-se ainda menos porque tem lá os seus amigos australianos. Menos ainda porque o comante australiano com nome de espirro alemão, Hutcheson, anunciou que as suas tropas vão ocupar todos os treze distritos do país. Para isso vão mandar vir mais uns quantos militares lá do continente australiano.
Sendo assim, para que é que Horta precisa da polícia timorense formada?
Não precisa. Nem formada, nem desformada, nem informada, nem desinformada. Não precisa, pronto!
Como território ultramarino, a Austrália tem a obrigação de zelar pela segurança de tudo e de todos e não só das elites e do petróleo, e do gás, e daquilo que lhes convém.
Horta que diga à Austrália aquilo que precisa e já está! A Austrália é rica e beneficia dos bens do território que ocupou, por isso, não tem de ser Portugal a formar o que quer que seja, para benefício dos australianos.
Horta quer é viajar e este é o pretexto.
Ah, e tal, vou ali a Portugal pedir umas coisitas...
Se não sabe devem dizer-lhe que nada é melhor contra o enfado do que andar no stress de evitar que queimem as casas aos timorenses. Andar a fazer que capturam o Reinado fujão... enfim a resolver os problemas de um país em estado de certeza só para combater o enfado.
Desculpem lá mas vou acabar por aqui e por agora. Já estou enfadado de escrever tanto e dizer tão pouco.
Cuidado, o enfado mata!
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Mário Motta/Portugal Directo

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AI, ONUUUUU!

AI, ONUUUUU!


A ONU É GARANTE DE QUÊ?
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O testemunho do coronel Fernando Reis sobre os acontecimentos trágicos de 25 de Maio de 2006 junto do Ministério da Justiça dos quais resultou a morte de vários agentes da PNTL abatidos a tiro por elementos das F-FDTL foi dado ontem via video-conferência.
Sala cheia, muitas perguntas, outras tantas respostas e o reconhecimento do suposto primeiro atirador fardado que disparou contra os agentes desarmados.
Explicava o coronel que, depois de conseguido o acordo de cessar-fogo com o general Matan Ruak, a coluna saiu desarmada das instalações da PNTL e avançou ladeada por elementos e viaturas da ONU. Acredita o coronel que a bandeira da ONU era o garante da rendição dos polícias que seguiam desarmados e de que o cessar-fogo ia ser cumprido.
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Já no exterior do edifício do ADB onde decorreu a sessão, um agente comentou num tom de voz algo alterado e bem alto para quem quis ouvir que “a ONU não é garantia de coisa nenhuma. É só ver o que acontece no Iraque e no Afeganistão. É só recordar que Sérgio Vieira de Mello morreu, era da ONU e a ONU não lhe valeu de nada. Quem acredita que eles dão garantias?”
Para além da frustração que transparece destas palavras, que resta da esperança dos timorenses e da festa que fizeram quando as forças da ONU chegaram em 1999?
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Ângela Carrascalão/Timor - blogue do Público - Título TLN

ATHUL KAHRE, O SENHOR DESCRÉDITO

António Veríssimo

MUDE-SE A “COISA” APESAR DAS MOSCAS SEREM AS MESMAS

O processo de democratização de Timor-Leste está inquinado pela organização que tem mais responsabilidades, a ONU.
Tal facto deve-se à estultícia de um elemento daquela organização que está declaradamente a prejudicar o normal percurso que uma nação em formação que por nascer torta tarde ou nunca mais se endireitará: Atul Kahre.
Têm sido inúmeras as incongruências praticadas por este representante da ONU ao longo da crise despoletada no início de 2006. Fastidioso seria referi-las.
O senhor Atul Kahre, chefe da UNMIT, o mais alto representante das Nações unidas em Timor-Leste, tem sido um verdadeiro entrave para a real democratização do país, para a efectiva eficiência do exercício da justiça social, política e de eventuais punições criminais.
Tudo isto tem acontecido e sido posto em prática ao longo de mais de um ano com o maior dos descaramentos, com a maior das indiferenças pelo drama social e político que se está a desenrolar quotidianamente.

As posições de parcialidade de Atul Kahre em favor do percurso previamente traçado pelos que fizeram o despoletamento da “crise” – golpe de estado – são incomensuráveis, não permitindo aos injustiçados defesa possível.
Atul Kahre representa o descrédito a que muitos têm conduzido a ONU. Atul Kare é o senhor descrédito naquela parte do mundo. È quem passa indiferente perante dezenas de milhares de deslocados. Quem assiste a manobras políticas, sem contestar, que têm levado ao colo Xanana Gusmão – um dos grandes responsáveis por dezenas de mortes, de feridos, de milhares de destruições e respectivos desalojamentos. Quem tem criados obstáculos estultos mas eficazes para que o aparelho judicial cumpra a sua missão: fazer com que a justiça se cumpra.
Naturalmente que tudo isto acontece na falta de Kofi Anan, substituído por um assimilado das políticas adversas aos interesses dos povos mais injustiçados no mundo: Ban Ki-Moon.
Não é crível que Kofi pactuasse com tamanha postura de parcialidade de um representante da organização.

Uma das últimas atitudes inqualificáveis deste indigno representante da ONU está patente numa carta vinda a público e que deixa perceber a falta de respeito que o Senhor Descrédito manifesta pela justiça, pelos juízes internacionais destacados em Timor-Leste.
A propósito de ter sido requerido o depoimento de uma testemunha ocular e intrinsecamente envolvida no caso conhecido por “massacre de Caicoli”, onde polícias timorenses foram assassinados, alegou infundadamente, o Senhor Descrédito, imunidade dos funcionários das Nações Unidas para deporem em tribunal como testemunhas.
Foi afirmado pelo tribunal a inexistência de fundamento legal para que Kahre se refugie nessa desculpa esfarrapada.
Ostensivamente, Descrédito, dirige a carta com os aleivados fundamentos ao Escrivão do Tribunal, ignorando o Juiz…
Ostensivamente, o baixo representante de Moon, tem ignorado as cartas em que o tribunal lhe dá conhecimento da invalidade e ilegalidade dos seus argumentos e pede que os fundamente…
Agindo com impunidade, Kahre ignora o juiz, ignora o tribunal, ignora as leis, ignora o seu dever de não criar obstáculos à legalidade…
As reticências dos parágrafos anteriores representam a dificuldade de descrever a nociva presença e atitude deste incrível funcionário da ONU.

A resistência, afrontamento e desrespeito patenteado por Atul Kahre admite especulações de todo o género, que o descredibilizam ainda mais. Tal postura conduz-nos a querer saber aquilo que Khare quer esconder. Que quer Kahre?
A gravidade da sua postura faz entender, aos que têm acompanhado a problemática relacionada com Timor-Leste, quanto a sua parcialidade e protecção a ilegalidades estão a prejudicar Timor-Leste em vez de acontecer o contrário.
Não pode, este Senhor Descrédito, continuar a agir impunemente fora de lei e de ordem. Sob pena de jamais Timor-Leste poder vir a ser o país estável que se pretendia e que se esperava, que se deseja e exige-se.
Mude-se pois a “coisa” – esse é o dever de Moon – apesar de as moscas serem as mesmas!
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* também publicado no VOX POPULI - Portugal

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Atul Kahre: O ILEGALISTA DA ONU EM TIMOR!

RESPOSTA DO TRIBUNAL À CARTA DA UNMIT
QUE DIZIA QUE O CORONEL REIS NÃO PODIA TESTEMUNHAR - Proc. 137-2007
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Foi junta aos autos uma cópia de uma carta remetida pelo Exmo Senhor Representante do Secretário Geral para Timor-Leste, Atul Khare, carta essa, dirigida ao Senhor Ministro dos Negócios Estrangeiros e com conhecimento ao Escrivão deste Tribunal.
Em primeiro lugar, cumpre referir que o titular do processo é o Juiz de Direito e não o senhor Escrivão, razão pela qual a correspondência dirigida ao processo deve ser remetida a quem tem competência para se pronunciar sobre ela, ou seja, ao Juiz do Processo. No caso concreto, o documento em causa deveria ter ser remetido para conhecimento do Juiz do processo e não para o Senhor Escrivão.
Na referida missiva é dito, mais uma vez, e sem indicar qualquer fundamento legal, que os funcionários das Nações Unidas gozam de imunidade para deporem em Tribunal, como testemunhas e, caso os Tribunais pretendam ouvir qualquer elemento da ONU nessa qualidade, deverão lançar mão do processo de levantamento da imunidade junto do Senhor Secretário Geral das Nações Unidas, por intermédio do Ministério dos Negócios Estrangeiros.
Esta questão já foi anteriormente colocada a propósito da testemunha Nuno Anaia, e, nessa altura, o Tribunal solicitou, junto da UNMIT, para informar qual o fundamento legal para o alegado, uma vez que do texto da Convenção sobre os Privilégios e Imunidades das Nações Unidas, aprovado pela Assembleia Geral das Nações Unidas a 13 de Fevereiro de 1946, nada refere sobre essa questão e do acordo celebrado, em Maio de 2002, entre Timor-Leste e as Nações Unidas também nada consta sobre essa matéria. Até ao momento nunca houve qualquer resposta por parte da UNMIT sobre a referida questão.
De acordo com o artigo 1 número 1 da Constituição da República Democrática de Timor-Leste:A República Democrática de Timor-Leste é um Estado de direito democrático, soberano, independente e unitário, baseado na vontade popular e no respeito pela dignidade da pessoa humana.
Por sua vez, nos termos do art. 118º da Constituição da República Democrática de Timor-Leste:
1-Os tribunais são órgãos de soberania com competência para administrar a justiça em nome do Povo;
2-No exercício das suas funções, os tribunais têm direito à coadjuvação das outras autoridades;
3-As decisões dos tribunais são de cumprimento obrigatório e prevalecem sobre todas as decisões de quaisquer autoridades.
Daqui resulta claramente, que os tribunais são órgãos constitucionais aos quais é confiada a função jurisdicional exercida por juízes. O poder judicial é exercido pelos tribunais e é separado dos outros poderes e tem uma posição jurídica idêntica à dos restantes órgãos constitucionais de soberania.
O artigo 121 da mesma lei fundamental dispõe que:
1- A função jurisdicional é exclusiva dos juízes, investidos nos termos da lei.
2- No exercício das suas funções, os juízes são independentes e apenas devem obediência à constituição, à lei e à sua consciência.
Desta norma resulta que os juízes não estão sujeitos, no exercício das suas funções, a interpretações da lei feitas por outros orgãos soberania do Estado ou outras entidades, mesmo que essa entidade seja UNMIT, sobretudo nos casos em que essas interpretações não têm fundamento legal.
Do artigo V secção 18 al. a) da Convenção sobre os Privilégios e Imunidades das Nações Unidas, aprovado pela Assembleia Geral das Nações Unidas a 13 de Fevereiro de 1946 consta que: Os Funcionários da Organização das Nações Unidas, gozarão da imunidade de qualquer procedimento judicial relativamente aos actos por ele praticados oficialmente incluindo as suas palavras e escritos. Deste norma resulta, de forma clara, que a imunidade concedida aos funcionários das Nações Unidas só tem lugar nos casos de procedimento judicial, ou seja, quando exista indício de que o funcionário cometeu factos qualificados pela Lei de Timor-Leste como crime ou no caso de ser demandado civilmente.
Atento o disposto no artigo 252 do CPP, o Tribunal ordena, oficiosamente ou a requerimento, a produção de todos os meios de prova cujo conhecimento considere essencial à descoberta da verdade e à boa decisão da causa.
No caso em apreço, as pessoas em causa foram indicadas como testemunhas, ou seja, como sendo pessoas com conhecimentos directo sobre os factos que constituem o objecto da prova nos presentes autos, não existindo, deste modo, qualquer procedimento judicial contra as mesmas.
Assim sendo, uma vez que não existe qualquer fundamento legal para o alegado na missiva remetida pelo Senhor Representante do Secretário Geral para Timor-Leste, os tribunais não têm que lançar mão do processo de levantamento da imunidade das pessoas em causa, nem o juiz, no exercício das suas funções, está vinculado a esse entendimento.
Por fim, cumpre lembrar que é frequente elementos da UNPOL deporem em Tribunal na qualidade de testemunhas sem que alguma vez a UNMIT tenha colocado a questão de imunidade o que não deixa de ser surpreendente que, só agora e a propósito de um caso concreto, o tenha feito.
Cumpre referir, ainda, que a seguir esse entendimento estaria manifestamente comprometida realização da Justiça em Timor-Leste na medida em que, cada vez que surgisse, por exemplo, um processo sumário cujo julgamento tem de ser realizado em 72 horas, fosse necessário ouvir um elemento da UNPOL, ter de recorrer-se ao processo de levantamento de imunidade com toda a burocracia e demora que lhe é inerente.
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Dê conhecimento deste despacho ao Exmo Senhor Representante do Secretário Geral das Nações Unidas, Atul Kahre, ao Exmo Senhor Ministro dos Negócios Estrangeiros.
Notifique o MP e a defesa entregando, também, cópia da missiva que antecede.
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Dili, 6-11-2007
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O Juiz de Direito Ivo Nelson de Caires Batista Rosa
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NOTA DE RODAPÉ:
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Esta carta foi enviada pelo Tribunal e recebida hoje no MNEC, para ser enviada para o SG das Nações Unidas e dar conhecimento do RESG em Timor-Leste, Atul Khare, em resposta à carta enviada por este para o MNEC, com conhecimento do Escrivão do Tribunal, a dizer que o Coronel Reis não podia testemunhar neste processo por ter imunidade.
O Coronel Reis testemunhou hoje por teleconferência a partir de Lisboa.
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Malai Azul/Timor Online - título TLN

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O ESTERTOR DA ONU EM TIMOR

O ESTERTOR DA ONU EM TIMOR


DE QUE TÊM MEDO AS NAÇÕES UNIDAS?
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Que se acuse publicamente Hasegawa, antigo RESG das Nações Unidas, de ter responsabilidades durante a crise de 2006, pelo seu seu apoio a um dos lados envolvidos. Hasegawa, que agora foi nomeado conselheiro do Presidente Ramos-Horta, apoiou Xanana Gusmão e Ramos-Horta para afastarem a FRETILIN e Mari Alkatiri do Governo, tomando parte de um dos lados envolvidos no conflicto e utilizando os meios das Nações Unidas para esse fim.
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Hasegawa deu preciosas ajudas, como as ordens para evacuarem todos os funcionários das Nações Unidas, tentando provocar o colapso das instituições democráticas de Timor-Leste, nomeadamente o sistema judicial, tentativa que foi frustrada pelos juízes portugueses e brasileiros que se mantiveram nos seus postos de trabalho assegurando a soberania nacional, assim como de muitos assessores nos gabinetes dos ministros.
Como também tentou levar as testemunhas que trabalhavam para a UN a implicar o General Matan Ruak no incidente que vitimou os PNTL...
Hasegawa foi um dos principais "conselheiros" de Xanana Gusmão na estratégia de criar instabilidade em Timor-Leste que levou ao confronto armado e à necessidade de, por fim, o Governo ter de permitir a invasão das tropas australianas.
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Malai Azul/Timor Online - título TLN

06 novembre 2007

Ramos Horta: o pragmático da tanga!

Blog Timor Lorosae Nação - Sábado, 3 de Novembro de 2007

Presidente autista que também é itinerante
Alfredo Ximenes

Foi anunciado que José Ramos Horta vai a Portugal daqui por duas semanas e logo uma entrevista procurou de algum modo auscultar o estado de espírito do PR e procurar perceber aquilo que lá vai fazer, se considerar que nem há um mês Horta esteve na Europa.

Como já quase não acredito naquilo que o Presidente diz – cá tenho as minhas razões – considero que a surpresa desta ou daquela afirmação para alguns, são para mim mais do mesmo e que tudo é dito em conformidade com as conveniências do momento e do local de maior consumo daquilo que ele diz.

Haverá muito português que nem sonha quantos políticos existem muito mais mentirosos que o PM de Portugal, José Sócrates. Horta vai na senda desses políticos e é assim que será o seu estilo. Horta só não mente aos abastados e aos amigos, de resto não há um único timorense que não sinta na pele e no dia-a-dia que daquilo que o PR prometeu na sua campanha eleitoral está a acontecer zero em seu benefício.

Não é por acaso que milhares de timorenses continuam a viver em campos de deslocados. Mais de cem mil.

Não é por acaso que a igreja vai cobrar em tranches o tal milhão que lhe foi prometido – há quem afirme que já está a receber.

Não é por acaso que a miséria grassa por Timor-Leste em contraste com reluzentes recepções da presidência e dos governantes.

É um fartote de encontrar pretextos para comemorar em homenagem a este e aquele.

Resumindo, temos um PR que mistura funções, deixa o governo à rédea solta para fazer coisa alguma, preocupa-se com o estado das estradas mas não vê a desgraça que se arrasta pelas bermas…

Que mais dizer de quem nem já merece uma linha, quanto mais todos estes parágrafos.
Temos um presidente autista que também é itinerante.

Ele afirma-se, na entrevista que facultou ao Público, jornal de Portugal, pragmático.

Mas como? Horta não é um indivíduo prático, antes pelo contrário.

Sabe-se que ele fez pouca coisa sobre filosofia e que era um tumba de primeira, mas então não aplique termos que não correspondem à realidade.

Tanto quanto se sabe, o pragmatismo tem a ver com a capacidade da inteligência dos seres pensantes em serem actuantes sobre as coisas em vez de andarem a engonhar para as compreender após muitas voltas e rodriguinhos.

Se Horta considera que tem sido pragmático melhor será irmos ao Cristo Rei ao pé-coxinho e voltarmos.

Pragmático coisa nenhuma. Ele tem sido é um Nhonhocas insuportável que nos ignora apesar de dizer e procurar demonstrar o contrário.

Foi primeiro-ministro e nada resolveu, é presidente e passa a vida fora do país, ou quase.
Há quem diga que em espírito anda sempre fora deste “inferno”. Assim parece.

Que Portugal não se esqueça dos apupos a Ramos Horta

Vox Populi - Sábado, 3 de Novembro de 2007
Ramos Horta: ele vem aí!
António Veríssimo

Não deixa de constituir uma surpresa a vinda de Ramos Horta a Portugal, quando ainda não há muito Cravinho, secretário de estado do governo de Sócrates esteve em Timor-Leste.
Melhor, quando ainda não há muito Ramos Horta esteve nos Estados Unidos, na ONU e depois na Europa.

Se tinha assuntos para tratar em Portugal porque não inclui-los na agenda e evitar o incómodo de ter novamente de viajar para tão longas distâncias? Que ocorreu de tão premente em Timor-Leste que obrigue à intervenção do presidente timorense no trato de assuntos relacionados com ambos os países?

Não deixa de ser um mistério, esta visita do PR timorense à Lusa Pátria.

Diz-me um amigo que ele vai tratar de um doutoramento na Universidade de Braga. Mais um.
Informaram-me que também aquele tipo de doutoramentos é "sabão em tábua de calçada" em que os "doutorados adquirem os títulos por simpatia", que é "como os explosivos quando estão próximos uns dos outros: lá vai disto!"

Mesmo assim não se compreende o incómodo da deslocação, podiam fazer tudo isso por correspondência, ou por video-conferência.

Mas, pronto, tudo bem. Ele quer dar-se a esse incómodo... que venha e se prepare para ouvir uns apupos lá na Universidade de Braga, como prometem.

Certamente devido à visita anunciada Horta achou por bem dar uma pequena entrevista, por escrito, a Jorge Heitor, do jornal "Público" - um profissional interessante e de mãos limpas na sua relação com a profissão que bem desempenha.

Diz Horta que o significado desta viagem é a sua primeira visita oficial a um país europeu e que ele prima por ter de ser a Portugal pela importância das relações entre os dois países, para além de valores mais altos se perfilarem relativos aos seus sentimentos "de muita amizade, gratidão sincera, realismo e pragmatismo" em relação a Portugal e aos portugueses.

Claro está que estas são palavras diplomáticas que os mais mais vernáculos classificam de verbais dejecções de conveniência. Tão pouco são para acreditar em termos sentimentais, se quisermos recordar que os políticos da actualidade raramente são portadores de sentimentos de tamanha dignidade. É uma constatação global.

Falam bem, mas não contribuem para a nossa felicidade. Antes pelo contrário.

As perguntas de Jorge Heitor foram as evidentes e que vieram mesmo a calhar para perceber respostas que revelam aos interessados nas políticas dos responsáveis timorenses o que não vão fazer do país: um país independente, um país naquela parte do mundo com personalidade própria e que pela sua pequenez e originalidade, pela sua história comum, será sempre acompanhado com honestidade e muita solidariedade pelos amigos portugueses. Não somos uns amigos quaisquer mas sim irmãos da lusofonia - coisa de que Timor-Leste já se está a afastar quando ainda nem passou da porta de entrada.

A entrevista de Horta merece ser "descascada" de fio a pavio. É nas entrelinhas que estão as respostas a muitas das dúvidas que pairam nos nossos espíritos atormentados por tantas injustiças de que os timorenses têm sido vítimas.

Ficou-se a saber que o inglês e o bahasa irão ser oficialmente reconhecidos como línguas do país e não parece que isso venha fazer com que o português perdure naquela parte do mundo, a não ser por uns quantos "saudosistas" e fieis irmãos.

Pois sim. Porque não? O país é de Horta e de Xanana, são eles que decidem. Foram eles que lutaram no campo e na secretaria são eles que se consideram os "donos do território e do mar". São eles que legitimamente o podem vender!

A democracia tem destas coisas, quando com ela se misturam golpes de estado com a aprovação e apoios da ONU, da Austrália, de Sócrates - que não de Portugal ou dos portugueses!

Nesta entrevista dejecto-verbal - como diriam os vernáculos - o melhor são as perguntas. De tão simples, mas objectivas, fizeram com que nas entrelinhas percebêssemos as respostas.

Ficámos com a certeza de que não tinham razão aqueles que se indignaram sinceramente por ser afirmado com alguma antecedência que Portugal estava a "entregar" Timor-Leste à Austrália.

Este entregar deve ser entendido como demissão das responsabilidades históricas e de cumprimento da vontade manifestada pela maioria dos portugueses antes, depois e presentemente, se os timorenses assim o desejarem. Note-se, timorenses, não os negociantes Horta e Xanana ou da sua área de pensamento e acção.

Ponderemos nas políticas de José Sócrates em Portugal, no seu provincianismo afectado pelas fofas alcatifas e demais mordomias, para perceber que os actuais governantes de Portugal decidiram com influências de Inglaterra e de empórios financeiros internacionais o seu afastamento de algo que poderia fazer a diferença naquela região do globo.

Afinal todos estes políticos agora no poder, nacional-timorenses ou não, aquilo que têm feito na condução da jovem nação mais não tem sido que negociatas.

Lamentavelmente há políticos portugueses envolvidos nas "caldeiradas".

De Sócrates não seria de esperar outra coisa, assim como de Horta. Eles têm afinidades impressionantes...

Se bem pensarmos, são afinidades similarmente corriqueiras nestes políticos desta vergonhosa "nova" Ordem Mundial".

Outros tempos virão e essas vontades serão mudadas.

Que Braga não se esqueça dos apupos. Melhor, que Portugal não se esqueça dos apupos.

A lusofobia de Ramos Horta

Reinado: ”pivot” da Austrália só cumpre ordens

Blog Timor Lorosae Nação - Segunda-feira, 5 de Novembro de 2007
Sementes da lusofobia não são por acaso
Malae Belu

Parece que já todos esqueceram as circunstâncias em que Alfredo Reinado foi apanhado com a “boca na botija” e que ele não foi preso e presente a tribunal – que ordenou a sua prisão preventiva - por andar a dar sementes às catatuas.

Alfredo Reinado, para além de se ter conluiado com Xanana Gusmão e provavelmente com Horta de modo indirecto, tem efectivamente um dono que por interpostos agentes o fazem avançar e recuar conforme interessa.

Em política nada acontece por acaso e muito menos quando em jogo estão imensos milhões para extrair do mar de Timor e na própria ilha.

Interessa para a política planificada da Austrália, relativamente a Timor-Leste, que Portugal se afaste assim como todos os outros países lusófonos, principalmente o Brasil.

Não lhes convém a partir de agora que portugueses ou brasileiros persistam em continuar no país, pois são eles que afinal fazem passar para o resto do mundo aquilo que é o quotidiano timorense, fazendo com que as informações corram nos satélites como dardos que desmascaram as suas reais intenções.

Para o presidente Horta e ao primeiro-ministro Xanana Gusmão não parece que seja tão evidente o desejo deste tão radical querer australiano, mas sempre fará algum jeito porque se existe sítio onde eles não são bem quisto é exactamente entre os portugueses e os brasileiros – tudo devido às informações que chegam a esses países pelos cidadãos que lá estão a cooperar.
Será bom que aqui se recorde a afronta que os militares australianos fizeram aos portugueses logo que chegaram a Timor na crise do ano passado. A sua vontade de “criar caso” ficou bem revelada e a animosidade em relação à sua presença existiu sempre, e existirá enquanto por lá permanecerem.

Isto não aconteceu, nem acontece por acaso. Que não se iludam aqueles que acreditarem nos sorrisos e palavras dos políticos que visitam o país e elogiam babadamente os seus antagonistas. A diplomacia e a hipocrisia a isso obrigam.

Para quem está atento e acredita mesmo que nada acontece por acaso em política, nem naquilo que está a ocorrer em Timor, será fácil poder ver que tem vindo a ser transportado para o espírito dos timorenses a lusofobia. Superiormente isso tem sido aceite e evidenciado por Horta e Xanana e depois pelo resto da pirâmide em que eles se apoiam.

Mais uma vez um novo empurrão foi dado pelo “pivot” australiano nesse sentido. Alfredo Reinado declarou-se na entrevista ontem concedida à ABC o elemento depreciativo dos países lusófonos que simplesmente têm cooperado com Timor-Leste e a seu tempo – quando os seus donos considerarem oportuno – a muito mais grave instigará.

Chegará a altura em que por receios compreensivos os cooperantes lusófonos ver-se-ão na contingência de ir embora de Timor-Leste.

Em Timor-Leste ficará quem a Austrália quiser, independentemente de ela própria mudar de governo ou não, nestas próximas eleições.

Quando se disse que Portugal estava a “entregar Timor à Austrália” o sentimento corresponde à realidade, só faltando perceber porquê.

É que Portugal ou os outros países lusófonos presentes nada podem fazer se sentirem e souberem que essa é a vontade de Horta e Xanana nos seus “pragmatismos” anteriormente delineados.

Evidentemente que Portugal está a querer retirar todos os militares da GNR lá deslocados, deixando um ou outro ao serviço das UN. Evidentemente que existem informações do deteriorar da situação e naquilo que ela pode redundar relativamente a pessoal civil - professores e não só.

É que a animosidade está em crescendo. Foi plantada há tempos e já germinou, agora só podem acontecer duas coisas: ou seca e fina-se ou cresce muito mais. Isso constituirá um perigo para a integridade física dos portugueses e de todos que provêm da lusofonia, principalmente brasileiros.

Porque a intenção de reduzir os portugueses em Timor, se necessário a retirada total, foi manifestada pelo Governo português, e porque o quer fazer rapidamente, em breve, vimos a resplandecente hipocrisia de Horta, principalmente, fazendo uma visita que procurará protelar essa retirada, para que assim não seja tão evidente a “entrega à Austrália”. É só uma questão de diferentes timing’s, querendo Horta manter aparências e o governo português preservar a integridade dos seus cidadãos. Não se julgue que os serviços de informações portugueses não funcionam.

Evidentemente que qualquer individuo sabe que a generalidade dos timorenses considera nada ter contra Portugal ou contra os portugueses, nem contra os brasileiros ou outros lusófonos, mas o facto é que a mestria demonstrada pelos serviços australianos na manipulação das situações e das populações não deve permitir que se protelem as manobras que devem ser feitas a tempo e em segurança, com um sorriso copiado aos hipócritas da diplomacia mas com uma lágrima no canto do olho.

Primeiro deve-se preservar a saúde e a vida daqueles que lá estão por bem e a solução pode ser que seja mesmo a total retirada.

Os timorenses, se não estiverem de acordo, que peçam explicações a Horta e Xanana.

Já agora questionemo-nos: porque motivo é que Reinado aparece de vez em quando manipulando as peças do xadrez? Porque motivo Alfredo Reinado continua impune, sem ser presente a tribunal. Porque, para assim acontecer, ele tem a protecção de Horta, de Xanana, da ONU e de Hutcheson?

Tudo isto, apesar das exigências do tribunal e da justiça para que se cumpram os ditames da lei e da ordem!

Um adeus a Portugal da parte de Ramos Horta

"Tenho por Portugal um sentimento de pragmatismo"

Público - 2 Novembro 2007
Jorge Heitor

A situação de Timor-Leste continua a ser "precária", diz Ramos-Horta da nação que conquistou a sua independência há cinco anos e meio

Duas semanas antes da sua visita oficial a Portugal, de 14 a 16 de Novembro, o PÚBLICO colocou ao chefe de Estado timorense uma série de perguntas, a que ele respondeu por escrito, abordando tanto as relações bilaterais como a presente situação no seu país.

Qual é o significado da viagem que efectua a Lisboa?

É a minha primeira visita oficial a um país europeu e, como não podia deixar de ser, é a Portugal, dada a enorme importância das relações entre Timor-Leste e Portugal. Os que me conhecem sabem o que sinto e penso em relação a Portugal e aos portugueses, um sentimento de muita amizade, gratidão sincera, realismo e pragmatismo.

Gratidão pelo muito que Portugal e os portugueses fizeram por nós ao longo de muitos anos, e pelo muito que ainda estão a fazer por Timor-Leste. Realismo pela imposição da geografia: Portugal está longe da nossa região, os interesses estratégicos de Portugal são na Europa, tem as suas limitações e prioridades, e o actual interesse de Portugal e dos portugueses por Timor-Leste pode diluir-se no tempo. A distância não perdoa. Pragmatismo porque Timor-Leste tem em Portugal o seu melhor amigo e aliado na Europa. Logo, Timor-Leste deve cuidar muito da relação com Portugal.

Portugal e a Indonésia são alguns dos países com que conta?

Temos investimentos portugueses consideráveis em Timor-Leste. O TimorTelecom é um investimento estratégico vital, como é óbvio. Há outros investimentos, mas modestos. Somos um país do Sueste asiático e as nossas atenções estão viradas para a nossa região, sendo de destacar as relações com a Indonésia e a Austrália, dois vizinhos incontornáveis. A maior parte do nosso comércio é com Indonésia, Austrália, Singapura, China, etc.

A alfabetização da maioria da população é um objectivo viável a curto ou médio prazo?

A alfabetização de toda a população só pode ser um objectivo a longo prazo, isto é, de uns dez a 20 anos. Com a cooperação de Portugal, Brasil e Cuba estamos a fazer um grande esforço nesse sentido. Temos excelentes equipas de professores portugueses, brasileiros e cubanos. Cuba está a apoiar-nos muito na alfabetização de adultos, foi o primeiro programa inaugurado por mim como primeiro-ministro. A vertente mais importante, dominante, da cooperação com Cuba é na área da saúde. Temos uns 600 jovens a cursar Medicina em Cuba e mais de 100 a estudar sob a mão amiga de professores médicos cubanos. Além disto temos perto de 200 médicos cubanos a trabalhar em Timor-Leste, colocados em todos os distritos e subdistritos do país.

O inglês poderá vir a ser uma das vossas línguas oficiais, a par do tétum e do português?

O inglês e o bahasa indonésio são duas línguas de trabalho estipuladas na Constituição. Temos que investir mais no seu ensino. Elevar o seu estatuto para línguas oficiais? Não descarto esta possibilidade, mas careceria de um parecer de linguistas e pedagogos, de muito debate, para pesarmos todas as vantagens e desvantagens de tal opção. Acredito que devemos dar às gerações actuais e futuras instrumentos de comunicação e acesso à informação, à ciência e à tecnologia, e isto é mais facilmente feito através do inglês. O bahasa indonésio é também muito importante pelo simples facto de que uns 50 por cento do povo ainda fala o indonésio, pelo facto dessa língua ser falada por 250 milhões de pessoas na Indonésia, 30 milhões na Malásia. É sobretudo uma língua que já faz parte da nossa história, das nossas vidas, da nossa cultura.

Estes últimos meses têm sido ou não de acalmia?

De uma maneira geral, no plano de segurança, a situação em todo o país está muito mais calma. Depois dos eventos tristes e trágicos de Agosto (para não falarmos da situação que se vivia no ano passado, que foi bem mais trágica), graças ao esforço concertado da UNPOL (polícia das Nações Unidas), da GNR, da nossa polícia e das Forças de Segurança Internacionais, a situação estabilizou rapidamente. As nossas Forças de Defesa desempenharam um papel cívico extremamente importante no apaziguamento dos ânimos. O brigadeiro-general Taur Matan Ruak, chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas, foi incansável, um verdadeiro homem de Estado e de paz, ajudou-me imenso com os seus homens a remover obstáculos nas estradas, a realizar diálogos, a fazer mediação. A maior parte da nossa polícia também se portou muito bem. A liderança da Fretilin de igual modo ajudou na tranquilização. Mas a situação continua precária. Não se pode dizer com demasiado optimismo que está tudo resolvido. O Estado é novo, recente, logo necessariamente frágil, e é preciso muita prudência e paciência quando se quer resolver certas situações mais complexas.

O principal partido actualmente na oposição está a conseguir coexistir razoavelmente com a aliança governamental?

A liderança da Fretilin continua a dizer que a minha decisão em convidar a Aliança da Maioria Parlamentar (AMP) é inconstitucional e logo o IV Governo liderado pelo nosso irmão Xanana é ilegal. Convidei-os a levar o caso ao Tribunal de Recurso, mas ainda não tiveram a coragem de o fazer. A liderança da Fretilin pode também iniciar um processo de impeachment do Presidente pela via do Parlamento, se realmente acredita que cometi um acto inconstitucional. Mas a base da Fretilin tem sido mais pragmática do que certa liderança. Exemplo disso é Suai, onde também a Fretilin obteve a maioria. Ali a liderança regional da Fretilin disse claramente em reunião pública comigo: "Uma vez tomada uma decisão pelo Presidente da República, nós acatamos. Não questionamos. Aqui em Suai todos os partidos estão a colaborar". Isto está a acontecer em todos os outros distritos. Acabo de me reunir com todos os administradores dos três distritos e subdistritos de Baucau, Lautém e Viqueque e todos em uníssono comprometem-se a trabalhar com o Presidente da República e com o Governo, porque dizem: "Nós somos da Fretilin, mas somos servidores do Estado."

Como é que vê os pedidos para o afastamento do procurador-geral da República?

Longuinhos Monteiro foi reconduzido por mais quatro anos, pelo então Presidente da República, pouco antes do término do seu mandato. Não tenho razões de força maior para o substituir.

Existe alguma novidade no caso do major Alfredo Reinado e no dos ex-peticionários?

O Governo estabeleceu um grupo de trabalho liderado pelo secretário de Estado para a Segurança, Francisco Guterres, para resolver os dois casos pela via do diálogo. Ele é altamente experiente em resolução de conflitos. Tem um mestrado pela Universidade de Uppsala (Suécia) e um doutoramento pela Universidade Nacional da Austrália em Resolução de Conflitos. Além disso é assistido pelo Centro para o Diálogo Humanitário, de Genebra (Suíça), e por uma organização não governamental timorense. Com paciência e prudência, vamos fechar estes dois dossiers. O caso de Alfredo Reinado prende-se com a justiça, embora esteja ligado também à questão dos peticionários e aos eventos de 28 de Abril de 2006.

Caixa: O primeiro-ministro timorense, Xanana Gusmão (na foto), vai visitar em Janeiro a Indonésia, na altura em que deverão estar terminadas as negociações sobre a fixação da fronteira entre os dois países, anunciou esta semana em Jacarta o chefe da diplomacia de Díli, Zacarias da Costa, que esteve em conversações com o seu homólogo Hassan Wirayuda.

Já existe acordo quanto a quase 97 por cento do traçado da fronteira terrestre, explicou Hassan. Depois disto, adiantou, vão-se encetar negociações sobre a fronteira marítima entre os dois países.

As duas partes debateram nos últimos dias a forma de simplificar a regulamentação do comércio transfronteiriço, as travessias de fronteira e a construção de estradas entre o distrito timorense de Oecussi-Ambeno e o território indonésio que o rodeia (uma vez que se trata de um enclave na parte ocidental da ilha de Timor).

Foi há precisamente cinco anos e cinco meses que Timor-Leste conseguiu ver confirmada a sua independência em relação à poderosa Indonésia.

Andar pela A23

No dia anterior ao do acidente do autocarro de Castelo Branco, andei pela A23 de regresso à Bélgica, quinze dias antes também andei na mesma A23, uma de dia e a outra de noite. Coisas evidentes é o número exagerado de curvas e a indisciplina dos condutores portugueses, depois de andar uns 1800 Kms pelas auto-estradas belgas, francesas e espanholas, bem menos sinuosas (excepto no País Basco) nunca fui tantas vezes ultrapassado como em Portugal porque respeitava mais ou menos a velocidade limite indicada, francamente a grande maioria devia andar a uns 160 ou 180 Kms e nem um carro patrulha, nem um radar e depois choram os mortos nas estradas portugueses. Sou um democrata convicto mas infelizmente o automobilista só respeita a repressão e é pena.