12 août 2007

Timor-Leste: RUMORES E VIOLÊNCIA

FRUTO DAS DIVISÕES CAUSADAS POR DECISÃO DO PR

Os actos violentos têm campeado principalmente em dois distritos timorenses mas nas regiões de Díli, Baucau e Viqueque tem sido onde as ocorrências de maior gravidade se têm registado. Os rumores ou boatos chegam a Díli com dimensões de tragédias inexactas e muito empoladas provocando dois tipos de reacções: não se acredita, não damos importância ou então acreditamos e preocupamo-nos mas mais nada podemos fazer – a não ser contactar os nossos amigos e familiares nos locais para sabermos se estão bem.

A mesma reacção não se pode esperar do resto do mundo e a desinformação que os media que assentaram arraiais em Timor proporcionam aos que neles confiam causa muita angústia, desorientação e receios que nem sempre são correspondentes à realidade do que aqui se passa. Nestes últimos tempos o comodismo dos correspondentes internacionais acreditados em Timor-Leste tem originado muita desinformação e contra-informação, demonstrando que a sua falta de profissionalismo está a vencer o gosto pela profissão. Ser jornalista inerte é o mesmo ou pior que ser jornalista da desinformação.

Este comentário só aqui é elaborado pelos evidentes e deficientes métodos profissionais por que se têm regido na cobertura dos acontecimentos da última semana em Timor-Leste. Agências de notícias houveram que deram como certo violações de alunas de um colégio católico em Baguia, referindo que foi invadido por uma centena de jovens da Fretilin. Fonte: o director da instituição, a Igreja que por razões evidentes já perdeu toda a credibilidade que em tempos nos mereceu.

Na maior parte dos casos veicularam a notícia sem a cruzar, sem esperar uma confirmação da entidade supostamente neutra, a ONU, a UNPOL. Agora, a conclusão a que se está a chegar é que tudo indica nada disso ter assim ocorrido…. Como outro diria: cadê a verdade dos factos? Facto é que este clima de horrores tão empolado ou pelo menos inexacto que estão a propalar para o resto do mundo certamente que os fará ser um pouco melhor vendedores de manchetes, mas isso em nada dignifica a profissão de jornalista, provavelmente nem a de jornaleiro dignificará.

Sabemos que a manutenção de um clima de horrores em Timor-Leste convém a alguns interesses, mas esses não são interesses que nos interessem, a nós, timorenses. Também sabemos que a irresponsabilidade presidencial de nomear Alexandre Gusmão para primeiro-ministro deste IV Governo Constitucional são, neste momento, o fruto das divisões na nossa sociedade, com o agravante da existência de muitas outras do passado longínquo e recente, sendo o que agita os descontentes que acabam por dar origem aos rumores, que uma vez mais se devem à irresponsabilidade revelada pelo PR. Estamos sempre a voltar ao mesmo, parecendo que o tempo parou.

Lido no http://timorlorosaenacao.nireblog.com/
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