09 août 2007

Timor-Leste iniciou ontem um novo ciclo político.

Encerrado o processo que conduziu à eleição de Ramos-Horta como Presidente e que levou à formação de um Governo de coligação liderado por Xanana Gusmão, tudo será muito diferente. Incluindo para a Fretilin, que terá agora de fazer a sua travessia do deserto na oposição.

Mas a coligação que ontem tomou posse assenta, essencialmente, numa aliança de quatro partidos que se uniram para derrotar a Fretilin e, sobretudo, o ex-primeiro-ministro Mari Alkatiri. O que é muito pouco para os problemas que subsistem no país, tendo em conta que as receitas de exploração de gás ainda não chegaram às pessoas.

Esse é o grande desafio que Xanana terá de enfrentar como primeiro-ministro, depois de não o ter feito como presidente da República. Como ainda há um ano ficou patente durante a onda de violência que assolou o país.

Mas a ausência da Fretilin na cerimónia de posse do novo Governo merece ser assinalada. Quanto mais não seja porque Timor-Leste vai continuar a depender da relação que Ramos--Horta, Xanana e Alkatiri forem capazes de estabelecer entre si, sabendo-se para onde é que o país caminhou, no momento em que os três principais responsáveis pela independência do entraram em ruptura.

Editorial do DN 09.08.07

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