11 août 2007

Timor-Leste: Milhares de timorenses deslocados devido à violência que se seguiu à posse de Xanana Gusmão

Público 11.08.2007, Jorge Heitor

Aumentou durante os últimos dias o problema das populações deslocadas em Timor-Leste, com mais alguns milhares de cidadãos a terem de se juntar aos cerca de 100.000 que já eram referenciados antes de o antigo Presidente Xanana Gusmão ter sido convidado a formar Governo com base na Aliança com Maioria Parlamentar (AMP), uma congregação de quatro partidos adversários da Fretilin.
Milhares de pessoas foram escorraçadas das suas casas pela violência e tiveram de procurar alojamento temporário em esquadras e em igrejas, declarou fonte policial timorense ontem citada pela imprensa australiana.
Grupos de agitadores incendiaram ou destruíram perto de 200 residências no distrito de Viqueque, obrigando a população a fugir para as montanhas, disse ontem à Reuters o comandante da polícia local, José de Carvalho.
A fundação de direitos humanos HAK, criada em 1997 por jovens intelectuais timorenses, pediu ao novo Governo que restaure a lei e a ordem, para que "o povo não continue a ser vítima das divergências entre os seus dirigentes".
Enquanto isto, o líder da bancada parlamentar da Fretilin, Aniceto Lopes, deu uma conferência de imprensa em que afirmou que "os senhores da AMP estão afectados pela loucura do poder, naquilo que ele tem de mais mesquinho e reles". E apostrofou em especial a atitude da ministra da Justiça, Lúcia Lobato, ao ter atrasado a saída para a Malásia do avião fretado em que viajava um antigo ministro do Interior (aliás seu tio), que fora libertado da pena que estava a cumprir a fim de ir ao estrangeiro receber assistência médica especializada. Rogério Lobato, antigo vice-presidente da Fretilin, "está seriamente doente", disse Aniceto Lopes, citando uma junta de três médicos que considerou essencial um acompanhamento clínico com recursos inexistentes em Díli.

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