23 septembre 2007

O « Entre Cais » regressou de férias e vai mudar porque Timor mudou de rumo...

AINDA TIMOR

Timor escolheu o seu caminho, com ou sem ajudas, falcatruas, golpes, com o fugitivo golpista Reinado a não querer ouvir falar em Justiça para ele porque, diz que ele é que é o povo timorense e o presidente e o primeiro-ministro que já foi presidente e, parece ter vendido a alma ao diabo, dizem que vão resolver tudo acima da lei...

Agora no ministério que trata do petróleo até abandonaram o português para o inglês mantendo o tétum... e ao mesmo tempo durante as visitas das autoridades portuguesas vão dizendo que o português continua como língua oficial e que até deve ser intensificada... pois pudera, Portugal é o maior país dador mais do que a Austrália vizinha que lá manda!

Não vou abandonar Timor mas vou afastar-me, entristecem-me muitas das notícias que de lá vêem ma continuarei a ir lá espreitar de vez enquando, tendo sempre no pensamento o que se passou em Nauru, ilha independente do Pacífico, rica em fosfatos explorados até à exaustão pelos australianos, ilha que viveu muito bem durante alguns anos e que agora está na miséria, tornou-se protectorado australiano que agora até serve de campo de concentração para os candidatos refugiados que a Autrália não quer na sua terra, mau presságio para Timor-Leste (ou já East-Timor?)

A Austrália, o país mais racista do mundo onde nunca admitiu, só se muito recentemente, imigrantes que tivessem nem que fosse uma só gota de sangue negro mesmo se tivessem a nacionalidade inglesa... é a cor que comanda!

Os Timorenses merecem muito mais do que têm e creio que o vão obter mas, ainda terão muito de lutar; o problema é que o povo contenta-se com pouco mas, sabe o que não quer, o pior é que as elites querem muito, até para o país mas, não sabem como fazer.

OPERAÇÃO TRIUNFO

Agora vou voltar-me, ao sabor das marés, para todos os cais onde se fala português ou línguas dela derivada e o primeiro é Lisboa e para o triste espectáculo a que ontem assisti na RTP, a Operação Triunfo. Como é possível que a esmagadora maioria das canções apresentadas pelos concorrentes fossem de língua inglesa e dos poucos que cantaram em português alguns até foram excluidos... Impensável em Espanha ou em França, onde está a auto-estima portuguesa?

Depois de Scolari (mesmo com bofetada) para o futebol é preciso virem mais músicos brasileiros para comandarem a música portuguesa, Marisa já o fez e fez bem!

Como é possível ter um júri daquele nível: Ana Bola, uma artista que continua a correr nas segundas ou terceira divisões da canção e um João da Ponte que só consegue fazer músicas para Festivais da Eurovisão que ficam nos últimos lugares quando lá conseguem chegar... Quanto à apresentação é mesmo muito difícil suceder a Catarina Furtado, sofri muito pela menina que lá estava...

Uma noite para esquecer e para meditar. Deu-me vontade de rever o magnífico concerto de Marísa em Lisboa (Belém), é uma maravilha.

Fernando Cabrita Moreira/Entre Cais
Liège (Bélgica) 23/09/2007