Blog Página Um – 9 de Agosto de 2007
António Veríssimo
Em Timor-Leste aconteceu o previsto e o imprevisto mas voltou a ser provado que o governo de Xanana Gusmão, agora empossado, vai conseguir pôr aquele país a ferro-e-fogo ainda mais de que aquilo que já está.
Era completamente previsível que Horta tomaria a decisão favorável ao planeado anteriormente com Xanana - ele próprio chegou a referir numa entrevista, sobre Xanana, que "ele é um bom homem" e dará "um bom primeiro-ministro".
Mais palavras para quê?
. O acordo era trocarem de funções e assim aconteceu, independentemente de Xanana como Presidente da República ter sido um incompetente, um golpista para continuar no Poder ao serviço de algo que ele persegue obstinadamente mas que indicia ser alheio aos interesses dos timorenses sem escola, sem casa, sem emprego, sem saúde mas com um estatuto sub-humano que muitos procuram conseguir que desconheçamos ou ignoremos.
Verdade seja dita que existiram erros de palmatória cometidos por parte do governo Fretilin... mas que foram agravados pelo golpe de estado de Xanana, um golpe a que chamam crise de 2006 mas que começou muito antes e onde a retrógrada Igreja Timorense com os seus anafados bispos teve um papel preponderante.
Como PR, na altura, ele só tinha de saber que fazer para minimizar o que pudesse considerar errado por parte do governo Fretilin e aguardar por eleições para então procurar forçar a que fosse corrigido o que estava errado.
Em vez disso fomentou divisões e ódios que levaram a confrontos físicos e destruições com um saldo de dezenas de cadáveres e centenas de casas destruídas, a cerca de 200 mil refugiados/deslocados - dos quais ainda existem metade - a uma instabilidade latente por si instalada mas que da qual faz não ser o protagonista-mor.
Assim, o que legitimamente apetece perguntar é como será possível que um individuo que não olha a meios para atingir os seus fins poderá um ano e meio depois ter mudado tanto que agora será útil aos timorenses, ao país?
Quem poderá acreditar nisso?
Lúcia Lobato versus Rogério Lobato
Por responsabilidade do recem-empossado Governo de Xanana, ás dezenas de cadáveres atrás referidas, esteve ontem quase a somar-se mais um. Só por esta "estreia" governamental xananista deu para perceber que o respeito pela vida é coisa de que o "herói da farinha amparo" está isento.
Rogério Lobato, ex-ministro do governo de Mari Alkatiri, está a cumprir na prisão de Becora uma pena relativa a distribuição de armamento e assassinatos. Mas Lobato tem sérios problemas cardiacos que só em Kuala Lumpur, na Malásia, podem ser tratados - o que acontece frequentemente.
Por isso saber, o tribunal deu autorização para que se deslocasse à Malásia, caso contrário vai desta para os anjinhos, mas eis que quando o recluso já estava no avião, prestes a levantar voo, foram dadas instruções à torre de controle para que suspendesse as operações de descolagem. Quem o fez? Uma ministra da justiça desesperada por apresentar serviço. Uma ministra que obediente ao seu chefe de governo nem deixou que a tinta da sua assinatura secasse na declaração de juramento de posse pegando no telefone e agindo em desobediència a uma emanação dos tribunais e dos relatórios médicos, desumanamente.
Exercendo o Poder Absoluto do Chefe, à revelia dos preceitos democráticos e da obediência à Constituição que havia acabado de jurar cumprir, o ditador Xanana mostrou a sua "raça" segundos depois da posse.
Isto seria sintomático para Ramos Horta, enquanto PR, sobre aquilo que está a fazer a Timor-Leste mas não valerá de nada esperar que aconteçam correcções favoráveis ao exercício da democracia em Timor.
Horta está a provar que não passa de um mainato de Howard e do Tio Sam que em busca de alguma sustentabilidade para o país vai cedendo às pressões que cada vez mais o estão a pôr na rota daqueles a quem ele há muitos anos, na sua juventude, considerava vende-pátrias.
Quanto a Lúcia Lobato, a ministra-funcionária de Xanana, vale a importância acrescentar que é familiar do ex-ministro Rogério Lobato mas que nem isso a coibiu de ser servil ao chefe e não respeitar a separação entre o poder político-governativo e o poder-judicial. Uma lástima. No final, depois de tanto atropelo, tanto aparato, tiveram de se render à evidência e deixar o doente-recluso voar para os cuidados de saúde imprescindíveis na Malásia. com quase 24 horas de retenção.
Uma pergunta se impõe: se o coração de Rogério Lobato ali falhasse de quem seria a responsabilidade? Ou esse era o objectivo?
Outra pergunta: esta zelosa ministra-funcionária de Xanana como vai proceder com Alfredo Reinado? E com todos os outros da pandilha do chefe?
Pois é, aquilo a que se assistiu foi à posse dos ministros-funcionários de Xanana Gusmão, prontos a obedecer e exercer as vinganças e a mesquinhez doentia do chefe com o beneplácito de um Presidente da República - por troca de funções - a quem Nobel devia retirar o nobel!
Publicada por Malai Azul em http://timor-online.blogspot.com/
11 août 2007
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