14 août 2007

Timor-Leste: "Há informações desencontradas sobre o que se passou" - Bispo de Baucau

Lusa – 13 de Agosto de 2007

Lisboa - O bispo de Baucau disse hoje à Lusa que "ainda não sabe o que se passou" este fim-de-semana num orfanato no leste de Timor-Leste, onde alegadamente menores terão sido violadas em consequência da onda de violência no país.

"Há informações desencontradas sobre o que se passou. Ainda ando à procura de informações.

As pessoas com quem falei falam-me de coisas diferentes. Um, disse-me que houve uma violação, outro, falou-me de mais de uma violação e outros ainda não confirmam nada", frisou Dom Basílio do Nascimento, contactado telefonicamente pela Lusa a partir de Lisboa.

"Nem consigo apanhar o padre" do orfanato, acrescentou.

A alegada violação de uma menor do orfanato salesiano de Baguia, no distrito de Baucau, foi denunciada sábado pelo padre Basílio Maria Ximenes, superior dos Salesianos, que em declarações à imprensa acusou cerca de uma centena de timorenses de terem participado no ataque, afirmando que algumas alunas teriam sido violadas.

Sobre a onda de violência que se voltou a abater sobre o país, Dom Basílio do Nascimento manifesta-se perplexo.

"Sinceramente, ando à procura de respostas, mas não as encontro. Que haja divergência e violência devido a uma questão de interpretação da Constituição não é racional", frisou.

Dom Basílio do Nascimento disse ainda à Lusa que não confirma rumores sobre actos de violência sobre religiosos.

"Mesmo as muitas casas que dizem ter sido queimadas, também não as vi", acrescentou.

Entretanto, a polícia da ONU anunciou hoje a detenção do presumível autor de uma violação de uma menor no orfanato de Baguia.

O alegado ataque foi um dos incidentes que marcaram os últimos dias no leste do país onde já foram detidas dezenas de pessoas, destruídas cerca de centena e meia de casas e várias infra-estruturas públicas e privadas.

Uma onda de violência que começou no início da semana na sequência do anúncio da nomeação do novo governo, liderado pelo primeiro-ministro Xanana Gusmão.

EL-Lusa/Fim

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