Notícias Lusófonas
3.08.07
O constitucionalista Jorge Miranda considerou hoje que a escolha de um primeiro-ministro independente para Timor-Leste é a "solução mais adequada" para o país.
Jorge Miranda, que participou na redacção da constituição de Timor-Leste, baseada na portuguesa, disse que a situação actual no país "não é constitucional, mas sim de ordem política".
Na quinta-feira, o Presidente José Ramos-Horta voltou adiar, agora para a próxima terça-feira, o anúncio sobre quem convidará para formar o novo governo de Timor-Leste, culminando múltiplos contactos com dirigentes políticos dos partidos com assento parlamentar e dirigentes religiosos para encontrar uma solução de governação que inclua a Fretilin e a oposição.
A Fretilin venceu as legislativas de 30 de Junho passado, mas sem maioria absoluta, e os quatro maiores partidos da oposição formalizaram uma coligação pós-eleitoral, garantindo mais de metade dos assentos parlamentares.
O constitucionalista adiantou que o actual regime em Timor-Leste confere "ao Presidente da República múltiplos poderes", que lhe permite encontrar uma solução, que na sua opinião, deveria passar pela escolha de um primeiro-ministro independente.
Para o professor universitário, Ramos-Horta está actuar de "forma correcta" ao procurar uma "solução consensual e o mais alargada possível" que ponha fim a uma situação de instabilidade que se arrasta há mais de um ano.
"A situação é difícil porque não houve nas eleições uma maioria. A Fretilin foi o partido mais votado para formar governo, mas ficou muito longe da maioria", disse, adiantando que em Portugal já aconteceram situações idênticas, mas o partido mais votado tinha maior número de votos.
Por seu turno, o pró-reitor da Universidade do Minho e professor de Ciência Política e Relações Internacionais, Luís Lobo Fernandes, defendeu um regime semi-presidencialista para Timor-Leste, idêntico ao sistema político francês.
"O presidente como chefe do executivo seria a melhor solução para a estabilidade do país", disse, acrescentando que Timor-Leste precisava de "um executivo mais forte".
No entanto, Luís Lobo Fernandes também considerou que devido à situação actual "a melhor solução seria a escolha de um primeiro-ministro independente.
O docente universitário sublinhou que Ramos-Horta "tem as condições necessárias e suficientes para tentar aproximar as partes e conseguir uma solução minimamente governável para Timor-Leste".
Segundo Luís Lobo Fernandes, Timor-Leste está dividido em termos políticos e regionais, votando-se a sul e leste do país na Fretilin e no ocidente e arredores de Díli nos restantes partidos, sendo por isso "um processo difícil".
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