TIMOR –LESTE : Cronologia dos Eventos (I)
( De 11 de Janeiro a 31 de Agosto de 2006)
Elaborada pelo Departamento de Informação e de Mobilizaçãoção da FRETILIN (DEPIM) para a revista NAKROMA, n° 005/IX/06, Setembro 2006, por ocasião do 32° aniversário da transformação da ASDT em FRETILIN.
Leia com atenção os eventos mais importantes de um golpe bem planeado que trouxe consequências desastrosas a uma jovem nação.
11 de Janeiro de 2006
- General Matan Ruak recebe uma petição anónima aparentemente da autoria de alguns soldados. Obs.: A petição foi enviado para conhecimento de muitas entidades menos para o Primeiro Ministro Dr. Mari Alkatiri.
16 de Janeiro de 2006
- Presidente Xanana escreve ao General Matan Ruak para resolver o assunto dos “peticionários” o mais breve possível.
Janeiro 2006
- Matan Ruak responde ao Presidente da República que a petição não tinha sido assinada e que os autores da petição devem ser identificados para que o assunto possa ser solucionado.
2 e 3 de Fevereiro de 2006
- General Matan Ruak tem um encontro com os sargentos e os soldados, em Baucau, para discutir o problema .
- Alguns soldados dizem que, não obstante todo o respeito que têm pelo Comando das F-FDTL, acham que apenas o Presidente da República pode resolver o problema.
4 e 5 de Fevereiro
- Alguns “peticionários” abandonam os quartéis.
7 de Fevereiro
- Os “peticionários” contactam com o Presidente da República, Xanana Gusmão.
8 de Fevereiro de 2006
- 402 membros das F-FDTL vão ao Palácio Presidencial e comunicam ao Presidente da República, Xanana Gusmão, que existe discriminação nas F-FDTL.
- “Peticionários” exigem a demissão do Comandante do 1º Batalhão, o Tenente Coronel Falur Rate Laek.
- Presidente da República, Xanana Gusmão, afirma que eles devem regressar ao seu quartel, no máximo, até ao dia seguinte ou eles seriam demitidos.
- Como resultado do encontro com o Presidente da República, 5 membros do Parlamento Nacional e alguns oficiais são escolhidos para constituir uma comissão de inquérito. Obs.: Nenhum membro do Governo foi incluído na Comissão.
9 de Fevereiro de 2006
- Alguns “peticionários” regressam aos quartéis.
- Matan Ruak informa que, enquanto não for provada a sua culpabilidade, os “peticionários” continuam a ser considerados como militares.
- Os “peticionários” rejeitam as condições de alojamento e de alimentação assim como as condições de trabalho propostas pelo Comando das F-FDTL.
- Quanto à proposta de formação de uma Comissão para auscultar as suas preocupações, os peticionários só aceitam que nove deles sejam ouvidos.
17 de Fevereiro
- A Comissão formada ouve nove peticionários e, mais tarde, outros quatro.
- É-lhes concedida autorização para passar o fim de semana fora do quartel.
20 de Fevereiro de 2006
- Nem todos os peticionários regressam ao quartel
28 de Fevereiro de 2006
- Tenente Salsinha afirma que os soldados vão sair de Metinaro sem participarem na investigação e que eles não irão participar até que o inquérito obedeça à agenda dos soldados peticionários.
17 de Março de 2006
- Taur Matan Ruak afirma que os 591 soldados foram exonerados das Forças Armadas, porque eles não regressaram aos quartéis, abandonando os seus postos.
- Esta decisão é publicamente apoiada pelo Primeiro Ministro, Dr. Mari Alkatiri, e pelo Ministro dos Negócios Estrangeiros, Dr. Ramos Horta.
23 de Março de 2006
- Presidente da República, Xanana Gusmão, regressado no dia anterior de uma viagem à Europa, faz um discurso à Nação, em que declara que a demissão dos soldados foi errada e injusta. Critica o Comandante Geral das F-FDTL, o General Taur Matan Ruak, e o Ministro da Defesa, Dr. Roque Rodrigues por terem falhado na resolução do problema. Contudo, afirma que os soldados que foram exonerados, devem procurar outro trabalho.
25 de Março de 2006
- Ocorrem distúrbios na zona oeste de Dili sendo 16 casas destruídas. 7 pessoas são presas, incluindo 2 soldados peticionários.
23 Abril de 2006
- O Comando da PNTL ordena o desarmamento da guarda pessoal do Primeiro Ministro. A ordem não foi cumprida por objecção declarada do Primeiro Ministro.
24 Abril 2006
- Peticionários começam um protesto de 4 dias em Dili, envolvendo cerca de 1000 pessoas, junto ao Palácio do Governo, à frente do “Uma Fukun” (Centro Cultural). Os manifestantes queixam-se que foram vítimas de discriminação no seio das F-FDTL.
26 Abril 2006
- Peticionários começam a pedir a demissão do Primeiro Ministro, Dr. Mari Alkatiri.
27 Abril 2006
- Após Consultas efectuadas pelo Primeiro Ministro com o Presidente da República, o Presidente do Parlamento Nacional, o Presidente do Tribunal de Recurso, a Igreja Católica e o Forum das ONGs, cria-se a Comissão dos Notáveis para investigar o problema dos “peticionários”.
- Último dia do protesto. O Primeiro Ministro, Dr. Mari Alkatiri, encontra-se com o Sr. Salsinha, líder dos peticionários, na presença do Ministro dos Negócios Estrangeiros, Dr. José Ramos Horta e do deputado independente, Leandro Isaac.
- Tenente Salsinha admite ter perdido o contolo sobre os manifestantes.
- Propõe-se que o Ministro dos Negócios Estrangeiros, Dr. Ramos Horta fale com os manifestantes para que estes ponham termo à manifestação.
- O encontro entre o Ministro Ramos-Horta e os manifestantes fica marcado para dia 28 pela oito horas de manhã.
- Fica igualmente decidido na reunião entre o PM e Gastão Salsinha que o encontro com os manifestantes no dia seguinte, tem lugar no Ginásio.
28 Abril 2006
- Os manifestantes não comparecem no ginásio, não cumprindo desta forma o acordado, no dia anterior, com o Primeiro Ministro na presença do Ministro dos Negócios Estrangeiros, Dr. Ramos Horta.
- Os peticionários continuam com os protestos, junto ao Palácio do Governo, à frente do “Uma Fukun” (Centro Cultural).
- De manhã, o Primeiro-Ministro, Dr. Mari Alkatiri, tem uma conversa telefónica com o Presidente da República, Xanana Gusmão, sobre a perda de controlo dos manifestantes por parte dos organizadores. O Presidente da República promete falar com o Tenente Salsinha. O encontro teve lugar no Palácio das Cinzas.
- Primeiro Ministro, Dr. Mari Alkatiri, participa na sessão de abertura do Congresso da OPMT (Organizacão Popular da Mulher Timor) e, mais tarde, participa no Forum dos Empresários, no Hotel Timor, sessão de encerramento.
- Mas antes de deslocar ao Congresso o PM telefona ao Ministro do Interior instruindo-o no sentido de reforçar a segurança policial no Palácio do Governo. Instruções idêncticas foram repetidas mais de uma vez, mesmo directamente para o Comandante Paulo Martins e seu Adjunto.
- No Hotel Timor, o Presidente da República, Xanana Gusmão informa o Primeiro-Ministro, Dr. Mari Alkatiri, sobre o encontro com o Tenente Salsinha, concordando que este tinha perdido o controle sobre os manifestantes.
- Ficou claro que quem estava a liderar os manifestantes era Osório Leki, do Colimau 2000.
- Primeiro-Ministro, Dr. Mari Alkatiri, convoca para um encontro urgente com os Ministros dos Negócios Estrangeiros e do Interior, Ramos-Horta e Rogério Lobato no Hotel Timor. O Primeiro Ministro, Dr. Mari Alkatiri, pede de novo para que reforçem a presença da polícia com a Unidade de Intervenção Rápida (UIR) no Palácio do Governo.
- A presença da polícia não é reforçada. Apenas 6 elementos da UIR comparecem.
- Primeiro Ministro telefona ao Comandante Geral da Polícia, Paulo Martins e ao Vice-Comandante da Polícia, Ismael Babo, para reforçarem a polícia, mas estes não acatam a ordem dada.
- Após o encerramento do Forum dos Empresários, O Presidente da República, o Primeiro Ministro e o Ministro do Interior reunem-se num gabinete de trabalho cedido pela gerência do Hotel Timor onde o PM informa da situação e tornou clara a necessidade de reafirmação da autoridade do Estado.
- Ao início da tarde, os manifestantes começam a actuar com violência, queimam carros no parque do Palácio do Governo e partem os vidros do edifício do mesmo palácio. Os protestos são cada vez mais violentos.
- Alguns polícias são agredidos. Um dos polícias é gravemente ferido sendo, dias mais tarde, transferido para o hospital em Darwin.
- Apenas um dos 6 elementos da UIR toma a iniciativa de atirar gás lacrimogéneo sobre um dos manifestantes.
- Durante o almoço no Hotel Timor, o Chefe de Gabinete do PM informa o Primeiro Ministro, o Presidente da República, e o Ministro do Interior, sobre a violência ocorrida no Palácio do Governo.
- O Presidente da República retira-se imediatamente do Hotel para o Palácio das Cinzas. O Comandante Geral da Polícia, Paulo Martins, dá ordens específicas ao seu pessoal para evacuar o Primeiro Ministro para o Quartel Geral da Polícia.
- Primeiro Ministro não aceita ser evacuado para o Quartel Geral da Policia, e ordena à sua segurança pessoal para que o levem para a sua residência oficial.
- Presidente do Parlamento Nacional, Lu-Olo, e o Ministro do Interior são evacuados para o Quartel Geral da Polícia.
- Os manifestantes na posse de armas e granadas, andam pelas ruas de Dili a atirar pedras, a queimar e a destruir casas e veículos em diferentes locais da cidade.
- Mais tarde, os manifestantes vão para Tasi Tolu, onde queimam mais de 100 casas e atacam civis indiscriminadamente, ficando alguns gravemente feridos. A polícia não toma nenhuma iniciativa para travar a destruição e a violência.
- As linhas telefónicas móveis da Timor Telecom (TT) ficam sobrecarregadas e as comunicações tornam-se quase impossíveis.
- Primeiro Ministro tenta telefonar ao Presidente da República, que se encontra em Balibar, na sua residência privada, nas montanhas, mas não consegue.
- À tarde, o Primeiro Ministro decide formar um Gabinete de Crise, fazendo uso dos poderes constitucionais que lhe são atribuídos, de acordo com o Artigo 115 da Constituição da República e o Artigo 20 do Decreto -Lei No 7/2004.
- Gabinete de Crise é presidido pelo Primeiro Ministro, Dr. Mari Alkatiri e é composto pelo Ministro de Estado, o Ministro da Defesa, o Ministro do Interior, o Chefe do Estado Maior da F-FDTL e o Comandante Geral da Policia (PNTL). Outros Ministros podem vir a ser convocados pelo Primeiro Ministro.
- Primeiro Ministro decide chamar as F-FDTL para intervirem, tendo em conta a Lei Orgânica do Decreto Lei No 7 / 2004, de 5 de Maio de 2004, Artigo 3 – 2a e Artigo 18 - 2. Segundo este Decreto-Lei, o Primeiro Ministro pode pedir a intervenção das Forças Armadas para ajudar as PNTL a restaurar a lei e a ordem no País.
- As ordens para as F-FDTL são bem claras quanto a:
* controlar a situação;
* afastar os desordeiros;
* não passar à perseguição.
- Primeiro Ministro chama o Chefe do Estado Maior do Exército, Coronel Lere, que se encontra a assumir o Comando das F-FDTL, para discutir a situação.
- No caminho, o Coronel Lere é alvo de provocações por parte dos manifestantes e pede reforço militar, sendo chamados os contingentes das Forças Armadas de Baucau e de Metinaro.
- Primeiro Ministro pede às F-FDTL para controlar e dispersar os manifestantes. Os distúrbios em Dili agravam-se e a polícia é totalmente incapaz de garantir a lei e a ordem. O recurso às Forças Armadas é absolutamente indispensável para acabar com a violência.
- Manifestantes armados com granadas, atiram-nas sobre as F-FDTL, tendo ferido um elemento da escolta do Coronel Lere.
- Às 6 horas da tarde, em Dili, não se vêem polícias.
2 de Maio 2006
- Segundo o Despacho do Primeiro Ministro, No 3 / 2005 de 29 de Junho de 2005, o Governo de Timor-Leste cria:
1. Uma Comissão, com representantes do Ministério das Obras Públicas, do Ministério do Trabalho e da Reinserção Comunitária, e o Administrador de Dili, para fazer o levantamento e a avaliação dos danos existentes nas propriedades públicas e privadas;
2. Uma Comissão com um representante do Ministério da Saúde, dois representantes do Ministério do Trabalho e da Reinserção Comunitária, um representante da Administração de Dili e o Comandante da Polícia Distrital de Dili para prestar assistência aos soldados peticionários.
3. Uma Comissão composta pelo Ministro de Estado para o Conselho de Ministros, o Ministro do Trabalho e da Reinserção Comunitária e dois representantes deste Ministério, um representante do Ministério do Interior, um representante do Ministério da Saúde, um representante da Administração de Dili e dois representantes da Cruz Vermelha de Timor-Leste. Esta Comissão deve fazer uma investigação sobre o número de mortos e feridos ocorridos durante os violentos confrontos de 28 de Abril.
3 de Maio de 2006
- Primeiro Ministro elabora um relatório oficial relativamente à restauração da lei e da ordem. Os contingentes das F-FDTL de Baucau, Metinaro e Hera, que ajudaram a PNTL a restabelecer a lei e a ordem, regressam aos seus quartéis.
- A Polícia Militar continua a colaborar com as autoridades civis. A PNTL fica a patrulhar as ruas de Dili e a prender os desordeiros.
- Presidente Xanana e o Primeiro Ministro realizam uma conferência conjunta para apelar à calma e denunciar os rumores.
- Ramos Horta, através de um comunicado à imprensa, diz que Dili está calma e sem graves incidentes.
5 de Maio de 2006
- Primeiro Ministro Dr. Mari Alkatiri confere posse à Comissão dos Notáveis.
6 de Maio de 2006
- Major Reinado, da Polícia Militar, abandona o seu posto, em Dili, levando consigo , 20 elementos armados.
- Presidente Xanana apela ao grupo para regressar à Dili.
- General Matan Ruak estabelece diálogo com o Tenente Salsinha sugerindo que o grupo apresente uma solução pacífica.
- Em Gleno, distrito de Ermera, ocorrem confrontos entre os jovens apoiantes dos peticionários e 6 polícias de intervenção rápida (UIR) que estavam a proteger o Secretário de Estado da Região III.
- Um polícia é esfaqueado mortalmente.
11 de Maio de 2006
- Segundo o Despacho Nº 7 / 2004, de 5 de Maio de 2004, o Gabinete de Crise responde ao Parlamento sobre as intervenções das F-FDTL, e que de acordo com o artigo 23, a intervenção das F-FDTL não deve durar mais do que um mês.
- O pedido do Governo para a intervenção das Forças Armadas é apenas para o período de 28 de Abril a 4 de Maio. Segundo o artigo 24 do mesmo Despacho, após o final da intervenção das F-FDTL, no prazo máximo de 7 dias, o Governo tem de apresentar um relatório ao Parlamento.
12 Maio 2006 Entrevista RTTL do Brigadeiro - General Taur Matan Ruak na TVTL
(ver no final)
17-19 de Maio de 2006
- Realização do II Congresso Nacional da FRETILIN, em que Francisco Guterres Lu-Lo e o Dr. Mari Alkatiri, são reeleitos para Presidente e Secretário Geral respectivamente.
23 de Maio de 2006
- PNTL não cumpre a decisão de que as F-FDTL e a PNTL devem estabelecer um Posto de Observação em Fatuahi, nas montanhas que rodeiam Dili.
- Ministro dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação, Dr. Ramos Horta, organiza um encontro com o Presidente da República, o Governo, o Major Reinado, o Coronel Salsinha e outros representantes dos peticionários, no Seminário de Dare, para o dia 25 de Maio.
- Major Reinado e o seu grupo atacam as F- FDTL em Fatuahi, sendo este ataque filmado pelo jornalista David O’Shea da cadeia da televisão australiana, SBS, que já tinha sido informado previamente, pelo deputado dissidente do PSD, Leandro Isaac, de que “something big” (algo grande), estava a ser preparado.
- No momento em que o major Reinado e os seus homens avistam o Posto de Observação das F-FDTL, Reinado grita para os soldados se retirarem ou ele abrirá fogo. Depois de contar até 10, o Major Reinado começa a disparar. Um soldado das F-FDTL é atingido mortalmente e 5 outros soldados são feridos. Um dos homens do grupo do “Major” Reinado é ferido e, mais tarde, vem a morrer no hospital de Aileu.
- Presidente Gusmão dá ordens às Forças Armadas e à polícia para capturarem o grupo do Major Reinado.
24 de Maio de 2006
- O grupo do Major Reinado ataca a casa do General Matan Ruak em Lahane. Ao mesmo tempo, o Quartel Geral das F-FDTL , em Tasi Tolu, é atacado pelo pisteiro Railós e os seus homens.
- Apenas 15 efectivos das forças policiais se apresentam ao serviço, no Comando Distrital da PNTL de Dili.
25 de Maio de 2006
- O Quartel da Polícia Militar (PM) é atacado por elementos da PNTL.
- O quartel da PNTL é alvo de ataques por elementos das F-FDTL.
- A rendição dos polícias timorenses é negociada pela UNPOL sem o conhecimento do Primeiro Ministro, Dr. Mari Alkatiri.
- Os polícias timorenses saíram acompanhados da polícia da UNPOL, desarmados e a pé.
- Seguidamente, aparece um grupo de indivíduos armados em que alguns usam uniformes das F-FDTL. Um deles dispara contra os policias desarmados. Depois juntam-se mais 3 soldados a disparar contra os polícias.
- Uma terceira força é filmada a atirar também nos polícias desarmados.
- São mortos 10 polícias e 27 ficam feridos. No incidente, 2 efectivos da força policial UNPOL também ficam feridos.
- Acordo bilateral entre o Ministro dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação de Timor-Leste e a Austrália é assinado para a entrada de um contingente militar australiano em Timor-Leste.
- O Presidente da República chama a si todo o controlo da segurança do país, na qualidade de Chefe de Estado e Comandante Supremo das Forças Armadas.
- Secretário Geral da ONU, Kofi Annan telefona ao Primeiro Ministro para discutir a próxima missão das Nações Unidas que sucederá a UNOTIL.
- À tarde chegam 160 militares australianos a Timor-Leste em 3 helicópteros Black Hawk e um avião C-130.
- O primeiro navio de guerra australiano, transportando militares da força de intervenção chega ao porto de Dili, à tarde.
- A Casa do comandante da polícia , Ismael Babo, é queimada em Delta Comoro.
- Uma outra casa com uma mãe e 4 filhos é quimada no bairro Comoro. São familiares do Ministro do Interior, Rogério Lobato.
26 de Maio de 2006
- Kristy Sword, esposa do Presidente da República, Xanana Gusmão, dá uma entrevista à cadeia de televisão australiana, ABC e, declara que o Primeiro Ministro Mari Alkatiri deve demitir-se.
- F- FDTL recolhem ao quartel.
- 650 tropas australianas encontram-se estacionadas em Dili.
- General Matan Ruak declara que um dos militares que disparou contra os policias desarmados foi detido e será submetido a julgamento.
- Militares australianos garantem a segurança em pontos estratégicos na capitalde Timor-Leste, Dili.
- Tropas australianas e da Malásia começam a patrulhar a cidade de Dili.
- Quartel das F-FDTL, em Hera, é assaltado.
- Conselho de Segurança das Nações Unidas aprova o envio de forças de segurança internacionais.
27 de Maio de 2006
- Ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal, Dr. Freitas do Amaral, acusa a Austrália de ingerência nos assuntos internos de Timor-Leste.
- Conferência de imprensa é dada pelo Primeiro Ministro, Dr. Mari Alkatiri, que afirma categoricamente estar em marcha uma tentativa de golpe de estado.
28 de Maio de 2006
- Nações Unidas evacuam todos os conselheiros para Darwin.
- Reunião em Ermera entre os líderes militares contestatários, que pedem a demissão do Primeiro Ministro.
- Bispos afirmam que o Primeiro Ministro deve demitir-se.
- Casas dos membros do Governo e de deputados da FRETILIN são incendiadas.
- Primeiro Ministo, Dr. Mari Alkatiri, vai a Balibar para se encontrar com o Presidente da República, Xanana Gusmão, para uma abordagem prévia dos assuntos da agenda do Conselho de Estado.
29 de Maio de 2006
- Reunião do Conselho de Estado.
- Quartel da Polícia Militar em Caicoli é pilhado e incendiado.
30 de Maio de 2006
- Saqueados edifícios do Ministério da Justiça e Procuradoria-Geral.
- Militares dissidentes e militares australianos reunem-se em Ermera.
31 de Maio de 2006
- Novo grupo de militares da Nova Zelandia chega a Dili.
- Presidente da República, Xanana Gusmão quer que o Primeiro Ministro demita os Ministros da Defesa e do Interior.
1 de Junho de 2006
- Tropas australianas encontram armas e explosivos no bairro Caicoli, pertencentes a um militar e à sua esposa que é membro da PNTL.
- Presidente da República, Xanana Gusmão apela à unidade nacional e à restauração da paz no país.
- Reunião do Conselho de Ministros, onde o Ministro do Interior, Rogério Lobato, e o Ministro da Defesa, Roque Rodrigues, pedem a demissão.
- Ramos Horta e Alcino Baris assumem interinamente as pastas da Defesa e do Interior respectivamente.
- Rogério Lobato diz que assume a responsabilidade pela situação no país e em particular pela desagregação do comando geral da PNTL.
2 de Junho de 2006
- Major Reinado afirma que assume a liderança de todas as forças militares nas montanhas e exige a demissão do Governo chefiado pelo Primeiro Ministro Mari Alkatiri.
4 de Junho de 2006
- 20 efectivos da GNR chegam a Dili.
- Reunião do Conselho Superior de Defesa e Segurança que define a necessidade de elaboração do inventário do armamento da PNTL e das F-FDTL.
- Saque aos Ministérios do Desenvolvimento, da Agricultura, Florestas e Pescas, Recursos Naturais, Minerais e da Política Energética, do Tribunal de Recursos e de um armazém do Governo no bairro Fomento.
5 de Junho de 2006
- GNR inicia formalmente o patrulhamento em Dili.
- Ministro da Defesa Ramos Horta reune-se com militares rebeldes para formas de diálogo com vista a resolução da crise político-militar.
- Parlamento aprova por unanimidade, uma resolução de apoio às medidas anunciadas pelo Presidente da República, Xanana Gusmão, para ultrapassar a crise.
6 de Junho de 2006
- Manifestantes ameaçam boicotar a acção governativa e o Parlamento se o Presidente Xanana não demitir o Primeiro-Ministro dentro de 48 horas e formar um governo de transição.
- Primeiro-Ministro, Dr. Mari Alkatiri convoca uma reunião do Gabinete de Crise.
- Presidente da República, Xanana Gusmão, recebe o Major Tara, no Palácio Presidencial.
7 de Junho de 2006
- Líderes rebeldes dizem-se disponíveis para pôr fim ao conflito, desde que haja negociações.
- ONU estima que 130 mil pessoas estejam nos campos de deslocados em Dili.
- Primeiro Ministro Mari Alkatiri afirma que não há condições para eleições gerais antecipadas, pois ainda não existe a lei eleitoral nem instituições criadas preparadas para o efeito.
- Primeiro Ministro Mari Alkatiri afirma que sectores conservadores da Austrália estão por detrás da crise político - militar em Timor-Leste.
8 de Junho de 2006
- Em Ermera, a sede do Comité Sub-Distrital da FRETILIN, em , e a casa do Vice-Coordenador da FRETILIN são queimadas; o representante do partido é atacado.
- Railós, numa entrevista à cadeia de televisao da Australia, ABC, na presença do Ministro Ramos-Horta, numa cerimónia bem organizada e com participação de muitos jornalistas, alega que um grupo de civis, por ele comandado, recebera armas do Ministro do Interior, Rogério Lobato, no início de Maio, a mando do Primeiro Ministro, Dr. Mari Alakatiri, para eliminar os opositores políticos da FRETILIN.
- Primeiro Ministro, Dr. Mari Alakatiri, aceita uma investigação independente das Nações Unidas para analisar os acontecimentos de 28 de Abril , 23, 24 e 25 de Maio 2006.
9 de Junho de 2006
- Ramos Horta faz uma declaração, e diz que aceita ser Primeiro Ministro se o partido FRETILIN o convidar.
- Forças internacionais fazem o inventário das armas das F- FDTL
10 de Junho de 2006
- Fernando Lasama do PD diz que teme pela sua vida.
- Militares australianos invadem uma casa de médicos cubanos, em Dili, à procura de armamento.
11 de Junho de 2006
- Líderes rebeldes e alguns deputados reunem-se em Maubisse com os seguintes objectivos:
1. alterar a Constituição da República de forma a conceder mais poderes ao Presidente da República, Xanana Gusmão;
2. dissolver o Parlamento.
- O Presidente Xanana encontra-se com o líder dos peticionários, Gastão Salsinha.
12 de Junho de 2006
- Presidente da FRETILIN, Francisco Lu-Olo, dirige uma mensagem aos militantes do partido.
13 de Junho de 2006
- Resolução contra a violência, proposta pelos deputados da FRETILIN, é aprovada por maioria no Parlamento.
14 de Junho de 2006
- Presidente discursa no Parlamento, garantindo que vai respeitar a Constituição da República Democrática de Timor-Leste.
- Conselho de Ministros aprova o Orçamento de Estado, de 315 milhões de US dólares.
- Governo de Timor-Leste pede o regresso dos Capacetes Azuis das Nações Unidas.
15 de Junho de 2006
- Austrália rejeita a vinda dos capacetes azuis para Timor-Leste.
16 de Junho de 2006
- O líder dos militares rebeldes, o Major Reinado, entrega 12 armas e outro equipamento militar às forças australianas em Maubisse.
17 de Junho de 2006
- O ex-Ministro do Interior, Rogério Lobato, em entrevista ao semanário português, Expresso, reconhece que armou alguns antigos guerrilheiros para servirem de pisteiros.
18 de Junho de 2006
- Realiza-se em Lisboa a reunião da CPLP para discutir a situação em Timor-Leste.
- Jacarta decide reabrir a fronteira com Timor-Leste.
19 de Junho de 2006
- As forças internacionais executam um mandado de captura, com a figura de Oan Kiak, um ex-membro das FALINTIL acusado de estar envolvido na morte de 8 polícias no dia 25 de Maio.
- Ramos Horta diz que continuam a existir muitos grupos bem armados.
- Programa “Four Corners” transmitido no canal televisivo australiano, ABC, mostra Railós a acusar Rogério Lobato e Mari Alkatiri de terem criado um esquadrão da morte ao serviço do partido.
- Detido por militares australianos, Abílio Mesquita, (Mau Soko) do comando distrital da PNTL de Dili, com ligações aos grupos de artes marciais, suspeito de ter participado no ataque à casa do General Matan Ruak e a outros ataques a casas em Dili. São encontrados armamento e munições em sua casa.
20 de Junho de 2006
- Num comunicado feito à imprensa, pelo Gabinete do Primeiro Ministro, este rejeita as alegações de Railós.
- Centenas de manifestantes concentram-se à frente do palácio do Governo e pedem a demissão do Primeiro Ministro.
- Ministério Público decreta prisão domiciliária ao ex-ministro Rogério Lobato, com base na alegação de ter armado um grupo de civis.
- Presidente da República, Xanana Gusmão, exige a demissão do Chefe do Governo, por carta enviada ao Gabinete do Primeiro Ministro, acompanhada de uma cassete, dizendo que, após ter visto o programa “Four Corners” tinha perdido a confiança política no Primeiro Ministro. “Só me resta dar-lhe oportunidade para se resignar depois de ouvido o Conselho de Estado ou eu o demitirei. Espero resposta até 17 horas de hoje”- extracto da carta do Presidente da República ao Primeiro Ministro.
21 de Junho de 2006
- Reunião do Conselho de Estado em que o Presidente da República, Xanana Gusmão, ameaça demitir-se.
- Mari Alkatiri, na qualidade de Secretário Geral da FRETILIN, efectua consultas ao Comité Central da FRETILIN sobre a sua continuidade à frente do governo.
22 de Junho de 2006
- Presidente discursa à Nação, e faz graves críticas a FRETILIN e diz que pretende a sua carta de demissão ao Parlamento Nacional.
- Presidente no seu discurso declara que não aceita o resultado do Congresso, e exige que a Comissão Politíca Nacional da FRETILIN organize imediatamente um Congresso Extraordinário para a eleição da direccção do partido.
23 de Junho de 2006
- Presidente Xanana afirma, num encontro com manifestantes que “ganhamos esta guerra” e evidencia claramente uma ligação estreita com Railós e o Major Tara.
- Bispo de Dili, Dom Alberto Ricardo, defende a demissão do Primeiro Ministro, Dr. Mari Alkatiri.
24 de Junho de 2006
- 2000 manifestantes, uma grande parte crianças, em frente ao Palácio do Governo em Dili, a pedirem a demissão do Primeiro Ministro, Dr. Mari Alkatiri e a dissolução do Parlamento.
25 de Junho de 2006
- Reunião extraordinária do Comité Central da FRETILIN decide manter o Dr. Mari Alkatiri como Primeiro-Ministro.
- Ramos Horta e Ovídio de Amaral anunciam a sua demissão do Governo, através dos media.
- Fernando Lasama afirma que o Presidente vai dissolver o Parlamento e demitir o Governo.
26 de Junho de 2006
- Primeiro Ministro, Dr. Mari Alkatiri anuncia publicamente que “está pronto para demitir-se” do cargo de Primeiro Ministro, em conferência de imprensa, ao final da manhã.
- No início da tarde, o Primeiro Ministro, Dr. Mari Alkatiri, comunica oficialmente a sua demissão, por meio de carta enviada ao Presidente da República, Xanana Gusmão.
- O Presidente da República aceita oficialmente o pedido de demissão do Dr. Mari Alkatiri, através de carta enviada ao mesmo.
- Ian Martin enviado especial do Secretário Geral da ONU a Timor-Leste chega a Dili acompanhado de 20 peritos da ONU.
- Armindo Maia, César da Cruz, Egídio de Jesus , Virgílio Smith e Luís Lobato anunciam também a sua demissão através de conferência de imprensa.
- Primeiro-Ministro australiano John Howard congratula-se com a demissão do Primeiro Ministro Mari Alkatiri.
27 de Junho de 2006
- 18 mil militantes e simpatizantes da FRETILIN reunem-se em Metinaro, nos arredores de Dili.
- Reune-se o Conselho de Estado.
28 de Junho de 2006
- O Presidente e o Secretário Geral da FRETILIN vão à Hera falar com os militantes da FRETILIN que já vinham de Metinaro a caminho de Dili.
- Emissões da rádio e da televisão nacional são suspensas após um ataque às suas instalações, por terem transmitido a notícia da concentração de milhares de apoiantes à FRETILIN.
- Continua a violência em Dili, sendo os campos de refugiados atacados por grupos desconhecidos.
- Manifestantes organizados pelo major Alves Tara saem de Dili, respondendo às ordens dadas pelo Presidente da República, Xanana Gusmão.
29 de Junho de 2006
- Jovens apedrejam os manifestantes da FRETILIN.
30 de Junho de 2006
- Presidente da República, Xanana Gusmão, fala aos manifestantes da FRETILIN em frente ao Palácio do Governo.
- Presidente Xanana é vaiado pelos manifestantes da FRETILIN.
- Presidente e o Secretário Geral da FRETILIN voltam a falar aos manifestantes em frente ao Palácio do Governo.
- Manifestantes da FRETILIN regressam a casa, obedecendo ao pedido do Presidente Lu Olo e do Secretário Geral, Dr. Mari Alkatiri.
2 de Julho de 2006
- Anúncio oficial de que Ramos Horta, será o novo Primeiro Ministro da RDTL.
3 de Julho de 2006
- Presidente Xanana e Ramos Horta visitam as F-FDTL em Metinaro e Hera.
- Realiza-se uma reunião informal do Governo sob a coordenação de Ramos Horta e na presença de Mari Alkatiri.
4 de Julho de 2006
- Parlamento estuda o regresso de Dr. Mari Alkatiri à bancada parlamentar da FRETILIN.
8 de Julho de 2006
- O Presidente da República Xanana Gusmão recebe finalmente uma delegação da FRETILIN liderada pelo Presidente Lu Olo e que integra três membros da Comissão Política Ana pessoa Pinto, Estanislau Silva e José Lobato;
9 de Julho de 2006
- ONU considera não haver condições para antecipar a realização de eleições legislativas em Timor-Leste.
- A mesma delegação da FRETILIN volta a reunir com o Presidente da República.
10 de Julho de 2006
- Ramos Horta toma posse como Primeiro Ministro e Estanislau Aleixo da Silva como Primeiro Vice -Primeiro Ministro e Rui Araujo como segundo Vice -Primeiro Ministro.
11 de Julho de 2006
- Primeiro acto oficial do PM Ramos-Horta, após a tomada de posse.
- Railós e o seu grupo entregam parte das armas que dizem ter recebido do ex-Ministro do Interior, às forças internacionais, numa cerimónia em Liquiçá com a presença do Primeiro Ministro da RDTL, Ramos Horta e do Bispo D. Alberto Ricardo.
12 de Julho de 2006
- José Luis Guterres é nomeado o novo Ministro dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação.
14 de Julho de 2006
- Tomada de posse dos membros do II Governo Constitucional.
20 de Julho de 2006
- Mari Alkatiri é ouvido na Procuradoria Geral da República.
24 de Julho de 2006
- Às 14 horas, termina o prazo da entrega voluntária de armas.
25 de Julho de 2006
- Major Reinado é surpreendido em Dili pela GNR com armamento militar.
- Reinado é detido com mais 20 homens do seu grupo - Reinado é preso, com acusações de tentativa de homicídio e posse ilegal de armas.
27 de Julho de 2006
- Regresso da violência a Dili.
- 100 manifestantes, em frente ao centro de detenção, exigem a libertação de Alfredo Reinado.
31 de Julho de 2006
- Conselho de Estado, autoriza o Presidente da República, Xanana Gusmão, a prorrogar o estado de crise.
- Ramos Horta promete seguir o programa do primeiro governo constitucional.
1 de Agosto de 2006
- Ramos Horta apresenta ao Parlamento o programa do II Governo Constitucional.
3 de Agosto 2006
- O Parlamento Nacional aprova o Programa do II Governo Constitucional.
3 de Agosto de 2006
- Sub-Secretário de Estado Norte Americano para o Sudeste Asiático e Pacífico afirma que a América acompanha com preocupação a situação em Timor-Leste.
4 de Agosto de 2006
- Austrália começa a reduzir presença militar no País.
- Ramos Horta é ouvido como testemunha na Procuradoria Geral da República no processo do ex-Ministro do Interior, Rogério Lobato e do ex-Primeiro Ministro, Dr. Mari Alkatiri quanto às alegações de distribuição de armas aos civis.
5 de Agosto de 2006
- Comissão Política Nacional da FRETILIN reúne-se com membros do Governo, incluindo o Primeiro Ministro, Ramos Horta.
- Organização “Judicial System Monitoring Program” (JSMP) publica relatório sobre detenção de Alfredo Reinado.
9 de Agosto de 2006
- Parlamento Nacional aprova o Orçamento Geral de Estado para o ano fiscal 2006/07 na generalidade.
11 de Agosto de 2006
- Tribunal de Recurso toma decisão sobre a queixa apresentada pelo grupo de Victor da Costa em relação ao método de votação utilizado no II Congresso Nacional da FRETILIN. O Tribunal reconhece a legitimidade da liderança eleita pelo método de votação por braço no ar. Lu Olo e Mari Alkatiri são reconhecidos como Presidente e Secretário Geral legitimamnete eleitos.
12 de Agosto de 2006
- Annan entrega relatório ao Conselho de Segurança da ONU e propõe mais de 1000 polícias e 350 soldados para a nova missão em Timor-Leste.
14 de Agosto de 2006
- O Parlamento, por maioria, faz a aprovação final e global do Orçamento Geral do Estado para o ano fiscal 06/07 .
16 de Agosto de 2006
- FRETILIN dá uma conferência de imprensa sobre o Acórdão do Tribunal de Recurso.
17 de Agosto de 2006
- FRETILIN emite um comunicado aos seus militantes esclarecendo que a FRETILIN é só uma e única.
- Ministro de Negócios Estrangeiros da Austrália , Alexander Downer, diz que o seu país deve continuar a ser responsável pela segurança militar em Timor-Leste.
- ONU reúne-se com representantes de 17 partidos políticos, para estudar duas propostas sobre a lei eleitoral, já submetidas para apreciação do Parlamento Nacional, sendo uma da autoria da FRETILIN e outra, da autoria dos partidos da oposição.
18 de Agosto de 2006
- Oan Kiak rende-se às tropas australianas.
- Bispo de Baucau apela ao fim da violência que envergonha o país.
- Hasegawa pede segurança para os campos de deslocados.
20 de Agosto de 2006
- O 31º aniversário das FALINTIL é celebrado em vários pontos do país, designadamente, Baucau e Metinaro . Jovens de Ermera participaram na celebração do dia das FALINTIL em Baucau, por iniciativa da FRETILIN.
21 de Agosto de 2006
- Conselho de Ministros aprova a criação de uma comissão para avaliação da polícia nacional.
22 de Agosto de 2006
- Reúne-se o Conselho de Estado.
- Presidente Xanana cancela medidas de excepcão.
- Mário Carrascalão, Presidente do Partido Social Democrata, reafirma que o presidente Xanana deveria ter formado um Governo de unidade nacional.
24 de Agosto de 2006
- ONU aprova nova missão de manutenção de paz para Timor-Leste ; tropas australianas permanecem independentes da ONU até nova decisão a ser tomada em Outubro de 2006.
29 de Agosto de 2006
- Superintendente Paulo de Fátima Martins e os seus adjuntos, Ismael Babo e Lino Saldanha, informam que se “autosuspendem” das suas funções.
- Criados 6 postos permanentes de segurança em bairros de Dili identificados como os mais problemáticos.
30 de Agosto de 2006
- Alfredo Reinado e mais 56 prisioneiros saem da cadeia de Becora ajudados ou resgatados por indivíduos ainda não identificados .
- A cadeia de televisão australiana, SBS, transmite um documentário intitulado “A queda de um Primeiro-Ministro” . O documentário revela dados importantes que ajudam a melhor compreender as causas e os meios utilizados para provocar e aprofundar a crise política e a questionar sobre o envolvimento de figuras proeminentes na execução do golpe de estado para derrubar o Primeiro Ministro, Dr. Mari Alkatiri.
31 de Agosto de 2006
- Tropas da Malásia retiram-se oficialmente de Timor-Leste.
- Polícia Internacional passa a submeter-se ao comando da ONU.
Entrevista RTTL do Brigadeiro - General Taur Matan Ruak na TVTL - 12 Maio 2006
Tradução da Margarida.
In Nakroma.
(Versaun orijinál iha Tetun iha karik)
“…Diria que isso é uma questão de disciplina no seio das F-FDTL …”
“…Recebi uma petição de soldados em 11 de Janeiro 2006…”
“…Nunca tinham feito nenhuma queixa antes da petição se tornar pública. Não nos deram a oportunidade de olhar isso e de encontrar uma solução no seio da nossa instituição…”
“…Subitamente, decidiram enviar uma petição a todas as autoridades, órgãos do Estado e entidades diplomáticas. Também recebi a petição mas ninguém a assinava.
“…O Presidente da República escreveu-me a 16 de Janeiro para solucionar o problema rapidamente. Respondi-lhe que:
• 1º. a petição não estava assinada. Eu também queria solucionar isso mas não podia porque não sabia quem a tinha apresentado. Tive de os identificar e tentar contacá-los para arranjar uma solução para o problema deles.
• 2º. : na altura eu estava muito ocupado porque o primeiro batalhão estava a re-instalar-se de Lospalos para Baucau. Precisávamos de tempo para desenvolver isto …”
“…Na altura estava muito preocupado porque os peticionários tinham dito que somente o Presidente da República podia resolver este problema. Se o Presidente não pudesse resolver o problema deles, protestariam ou então sairiam (das F-FDTL).
Assim a petição mostrou que:
• Eles não respeitavam a instituição de que faziam parte; e
• eles reconheciam o Presidente como a única pessoa que podia resolver o problema deles …”
“…Do meu ponto de vista, estamos mesmo a começar a construir a nossa nação. Estamos no processo de construir o nosso Estado. Isto significa que estamos no processo de construir instituições. Construir instituições significa que essas instituições precisam de crescer para serem suficientemente fortes para resolverem os seus próprios problemas e para isso todos os seus membros devem poder desempenhar os seus respectivos papéis. No tempo da Resistência, dependíamos de uma ou de duas pessoas. Mas hoje estamos a construir um Estado. É diferente. Temos quatro órgãos do Estado. Cada órgão tem as suas próprias instituições e esta é uma situação nova a que todos nos temos de ajustar e de fazer esforços para contribuir para o seu funcionamento…”.
“…foi uma surpresa para nós, especialmente para o Comando das F-FDTL, que a petição fosse enviada para fora sem qualquer tentativa prévia para procurar uma solução no seio da nossa instituição…”
“…Estou profundamente preocupado com isto. Porque é que não se queixaram antes? Porque é que subitamente enviaram para fora a petição deles e tomaram decisões de repente?..”
“…Reuni-me com eles em 2 de Fevereiro em Baucau. Falei com eles durante todo o dia. Em 3 de Fevereiro ouvi as suas preocupações. Disseram-me que respeitavam o Comando das FALINTIL mas disseram que o problema deles só podia ser resolvido pelo Presidente da República. Disse-lhes que não podiam fazer isso porque devimos tentar resolver isso primeiro dentro da nossa instituição. Se não o pudéssemos resolver, pediríamos ajuda a outras instituições.
Não devíamos pedir ajuda imediatamente a outros sem tentarmos resolver primeiro. Nem sequer devíamos ir ter com o Presidente por causa disso. O Estado não funcionaria se pensarmos que cada um dos problemas deve ser resolvido pelo Presidente da República…”
“… Alguns dos peticionários começaram a desertar dos seus quartéis em 4 de Fevereiro. Outros fizeram-no a 5 de Fevereiro. Isto não aconteceu somente em Baucau mas também em Metinaro e Hera. Telefonei a um dos Comandantes das F-FDTL para confirmar a sua deserção. E tive a sua confirmação. Encontraram-se com o Presidente da República em 7 de Fevereiro. Houve também um encontro em 8 de Fevereiro. Regressaram ao quartel de Metinaro em 9 de Fevereiro...”
“…Apresentei-lhes as seguintes condições:
• Enquanto não fossem considerados culpados, seriam tratados como militares com todos os direitos. Teriam acomodações adequadas e comida. Tínhamos decidido atribuir nove barracões para eles mas recusaram a nossa oferta. As suas atitudes preocupavam-me.
• Foi-lhes lembrado que como uma instituição do Estado nós funcionamos com uma estrutura hierárquica e devemos ter disciplina. Assim deviam organizar-se eles próprios em secções, em batalhões para desempenharem os seus deveres enquanto estabelecíamos uma investigação sobre o caso deles. Recusaram a nossa oferta e insistiram ficar todos juntos no mesmo barracão.
• Demos-lhes um programa de actividades para seguirem mas recusaram-se desempenhá-las.
• Foi constituída uma Comissão para ouvir as suas queixas. O Presidente da República também nos tinha pedido para os ouvirmos. Rejeitaram a nossa iniciativa. Responderam que somente nove pessoas podiam comparecer à nossa reunião. Concordámos com isso. Assim foram consultadas nove pessoas primeiro …”
“…A Comissão das F-FDTL pediu a comparência de mais peticionários. Apareceram uns outro quatro peticionários. Em 17 de Fevereiro (Sexta-feira), foram autorizados a passar o fim-de-semana com as suas famílias. Não regressaram ao seu barracão em 20 de Fevereiro. Em Março foi tomada uma decisão de os expulsar das F- FDTL…”
“…De acordo com os regulamentos da UNTAET, o Comandante das F-FDTL está autorizado a expulsar qualquer soldado ou oficial que quebre a disciplina e comprometa a integridade desta instituição…”
“…Esta não foi a primeira vez que expulsámos soldados. Previamente expulsámos mais de 40 devido a ausências constantes. Em 2004 tivemos mais de 60 soldados a aguardar acções disciplinares. Os seus casos estão ainda pendentes em 2006. Entretanto uns outros 300 soldados levantaram queixas. Todos estes soldados juntaram forças e abandonaram os seus postos. Mas muitos deles foram forçados a sair, tinham sido ameaçados. Mas somente 159 tinham assinado a petição dos quais 16 não desertaram …”
“… As Forças Armadas têm uma missão para cumprir. Defender a nossa Nação, defender as nossas instituições do Estado. As suas missões estão inscritas na nossa Constituição, a lei fundamental da nossa nação …defender a nossa nação, a integridade da nossa nação …”
Em relação à gestão das F-FDTL, diz o General Matan Ruak:
“…O papel das Forças Armadas e do seu Comandante é treinar soldados, prepará-los, manter a disciplina para que quando lhes for dada ordem para actuar, estejamos prontos para actuar de acordo com instruções …”
“… não é função do General tomar decisões políticas. Disciplina, sim! Todos os problemas têm um contexto políticot. Nós (os Timorenses) temos a tendência de lidar com todos os nossos problemas no âmbito de um contexto político. E às vezes misturamos questões políticas e legais. Quando não conseguimos explicar as coisas em termos legais, usamos a política e vice-versa. Mas como militares, devemos actuar de acordo com os códigos militares …”
Sobre as acções das F-FDTL em 28 de Abril 2006, o General disse:
“Entreguei hoje o meu relatório ao governo. Relata que morreram 2 F-FDTL e que um foi ferido …”
“.. as pessoas afirmam que matámos mais de 60 civis. Pedi ao PM para montar uma Comissão para investigar essas afirmações pois que muitas pessoas disseram que escondemos os corpos e que os atirámos ao mar …”
“…Estamos prontos para cooperar... É importante para a integridade das Forças Armadas e para o nosso país. Queremos contribuir para o funcionamento das nossas instituições. Desde o General aos soldados, apoiamos esta investigação. Queremos a verdade. Queremos saber o que fizemos de errado. Assim estas conclusões ajudar-nos-ão a aprender com os nossos erros para podermos melhorar …’
Versaun tetun: http://nakroma.blogspot.com/2006/10/entrevista-ho-brigadeiro-general-taur.html
06 août 2007
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