06 août 2007

Timor-Leste: "O eleitorado Fretilin vai ficar frustrado" - Estanislau Silva

Díli, 06 Ago (Lusa) - O convite do Presidente da República à Aliança para Maioria Parlamentar (AMP) para formar governo, esperado para hoje, provocará "a frustração no eleitorado da Fretilin", afirmou o actual primeiro-ministro Estanislau da Silva em entrevista à agência Lusa.

"Não vai ser fácil daqui para a frente gerir politicamente o país e as expectativas do eleitorado, se estamos, logo à partida, a pôr em causa o estipulado na Constituição e começamos a pôr em causa o que nós próprios políticos dizemos sobre respeito da democracia e dos direitos", declarou Estanislau da Silva.

José Ramos-Horta deverá anunciar ainda hoje o convite à AMP, que reúne os quatro maiores partidos da oposição, a formar governo.

Questionado sobre se aceitaria integrar um executivo chefiado por Xanana Gusmão, Estanislau da Silva sublinha que é dirigente e deputado eleito de um partido e "é ao partido que cabe a decisão".

"Sou timorense e gostaria de contribuir para esse país mas também faço parte da liderança da Fretilin e só estaria num governo mediante a decisão formal do meu partido", respondeu o primeiro-ministro no que pode ser o último dia de funções do III Governo Constitucional.

"As promessas foram feitas e não vejo como vão ser cumpridas porque não há nenhum programa visível", afirmou Estanislau da Silva sobre o que espera de uma governação da AMP.

"Fico muito preocupado quando ouço dizer que se vai fazer tudo de novo", acrescentou Estanislau da Silva.

"Não vai ser fácil" governar o país, declarou o primeiro-ministro.

"Espero que o novo governo aproveite as capacidades existentes".

Após a posse do IV Governo, Estanislau da Silva tenciona manter o lugar de deputado no novo parlamento.

Estanislau da Silva tomou posse como primeiro-ministro a 19 de Maio, na sequência da eleição do anterior chefe de governo, José Ramos-Horta, para Presidente da República.

Estanislau da Silva era ministro da Agricultura e primeiro vice-primeiro-ministro do II Governo Constitucional.

PRM.

Lusa/fim

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