O presidente do Partido Social Democrata (PSD), Mário Carrascalão, declarou hoje que os resultados das legislativas em Timor-Leste vão resultar numa "crise aberta" e acusou o partido de Xanana Gusmão, CNRT, de "traição política".
"Vamos entrar em crise aberta", afirmou Mário Viegas Carrascalão, comentando a vitória inevitável da Fretilin nas legislativas de 30 de Junho.
"A questão não é se ganhou a Fretilin ou se ganhou outro partido. A questão é que a Fretilin não está em condições de formar um governo", declarou Carrascalão, pouco depois de a Comissão Nacional de Eleições (CNE) confirmar a vitória da Fretilin.
"Ou vamos ter um governo da Fretilin sob bombardeamento constante da oposição ou podemos ter um governo também frágil se for só formado pela nossa aliança e pelo Partido Democrático" (PD), acrescentou Mário Carrascalão.
"Um governo da Fretilin, mesmo em aliança com um pequeno partido, será um governo de curta duração, que não vai durar mais do que alguns meses", considerou o presidente do PSD.
Mário Carrascalão lidera a aliança com a Associação Social Democrática Timorense (ASDT), de Francisco Xavier do Amaral, que consolidou a sua posição de terceira força mais votada nas legislativas.
O líder do PSD manifestou-se insatisfeito com o resultado alcançado nas legislativas, explicando que o Congresso Nacional de Reconstrução de Timor-Leste (CNRT), do ex-Presidente Xanana Gusmão, "foi quem roubou os votos à coligação" ASDT/PSD.
"O CNRT tirou votos aos seus potenciais aliados e não à Fretilin, como pretendia. Uma coisa foi as declarações de Xanana Gusmão, outra diferente foi a campanha de ataque do CNRT à oposição, em vez de se terem concentrado em atacar os baluartes da Fretilin", acusou o presidente do PSD.
"Podemos falar de uma traição política", adiantou.
Mário Carrascalão excluiu ser primeiro-ministro num governo de coligação com a Fretilin, "uma hipótese que está completamente fechada".
As hipóteses de coligação da ASDT/PSD são, em primeiro lugar, com o PD, de Fernando "La Sama" de Araújo, quarto partido mais votado, e com o CNRT, o segundo.
Ambas as possibilidades de coligação são ainda inseguras para Mário Carrascalão.
"O PD está a ter um comportamento dúbio, de jovens pouco maduros para a política, envolvendo-se em jogadas", acusou o líder do PSD.
Quanto ao CNRT, "é um partido problemático, porque é composto por várias facções que não dão solidez" à organização, acrescentou Mário Carrascalão.
Na última actualização do dia, quando a contagem distrital em Díli foi interrompida, o partido maioritário Fretilin tinha mais votos de vantagem sobre o segundo classificado, do que o número de votos que falta contar, cerca de 17.000.
A contagem termina sexta-feira e a apresentação da acta final pela CNE ao Tribunal de Recurso poderá acontecer segunda-feira, 9 de Julho.
Notícias Lusófonas 04.07.2007
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