06 juillet 2007

Timor: aliança da oposição disponibiliza-se para formar Governo

06.07.2007 - 18h32 Lusa

Os cinco partidos timorenses que ontem chegaram a acordo para a formação de uma aliança parlamentar comunicaram ao Presidente, José Ramos-Horta, a disponibilidade para formar governo assim que o Tribunal de Recurso validar os resultados das legislativas de 30 de Junho.

"Estamos prontos para formar governo e concordamos com o Presidente da República que a decisão tem que ser imediata" após a validação dos resultados das eleições de 30 de Junho, afirmou Zacarias da Costa, dirigente do Partido Social Democrata (PSD), uma das formações que integram a nova aliança, no final da audiência com Ramos-Horta.

A audiência aconteceu horas depois dos dirigentes das cinco formações – Xanana Gusmão pelo CNRT, Mário Carrascalão pela PSD, Francisco Xavier do Amaral pela ASDT e Fernando "La Sama" de Araújo –apresentarem no Hotel Timor a nova coligação, após um breve encontro à porta fechada.

O Partido de Unidade Nacional (PUN), de Fernanda Borges, não integra formalmente, mas apoia a aliança parlamentar.

Segundo Zacarias da Costa, a aliança tem “uma maioria clara” para se “apresentar como alternativa viável" à Fretilin, o partido mais votado nas legislativas do passado sábado, mas que ficou aquém da maioria absoluta que detinha na anterior legislatura. O partido de Mari Alkatiri obteve 29 por cento dos votos, enquanto os cinco partidos da aliança totalizam 54,1 por cento das preferências.

No final da audiência, Ramos-Horta explicou que se tratou de uma “consulta informal”, prévia à validação final dos resultados.

"Ontem reuni com a direcção da Fretilin e amanhã vou reunir com os bispos" de Baucau e Díli, "e depois provavelmente voltarei a estar com a Fretilin", disse o chefe de Estado, prometendo para a próxima semana uma decisão sobre quem será convidado a formar Governo.

"As duas possibilidades estão em aberto", adiantou o Presidente da República, que não excluiu a possibilidade de existir ainda um acordo entre a Fretilin e a aliança de oposição. "Se os partidos conseguirem entender-se e ter solução que saia deles todos, o Presidente aceitará".

Mari Alkatiri revelou hoje que o partido está disponível para formar uma coligação com o CNRT de Xanana Gusmão, se tal "contribuir para estabilizar o país". No entanto, o ex-primeiro-ministro diz que "o que se está a fazer é curto-circuitar as expectativas do eleitorado. Isso não ajuda nada à estabilidade e paz no país. Mas, ainda assim, temos muito tempo para criar um melhor clima de diálogo".

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