Lisboa, Portugal 03/07/2007 12:41 (LUSA)
Temas: Trabalho, Sociedade, imigração, UE/Presidência Lisboa, 03 Jul (Lusa) - As imigrantes brasileiras são marginalizadas devido ao falso estereótipo que as associa à ou que querem "roubar os maridos", revela um estudo divulgado hoje pelo Alto Comissariado para a Imigração e Diálogo Intercultural (ACIDI).
"Embora seja certo de que há prostitutas brasileiras, a maioria das imigrantes não são prostitutas. As brasileiras na sua generalidade trabalham na restauração, hotelaria, atendimento em lojas e no sector doméstico", segundo o estudo intitulado "Imigração Brasileira em Portugal".
Apresentado hoje, véspera da cimeira EU-Brasil, em Lisboa, o estudo visa aprofundar o conhecimento sobre a maior comunidade de imigrantes no país.
De acordo com o documento, "a fama das brasileiras não é apenas alimentada pelos órgãos de informação portugueses", com constantes notícias de detenções em casas de alterne, mas as próprias "telenovelas brasileiras favorecem e incentivam a dita imagem de mulher brasileira sensual".
Os autores de "Imigração Brasileira em Portugal", uma equipa da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa coordenada por Jorge Malheiros, dizem ainda que o preconceito contra a mulher brasileira chega a influir também no homem brasileiro, que por vezes "tende a julgar as suas compatriotas da mesma forma".
"O estereótipo da prostituição também gera uma certa hostilidade entre as próprias mulheres, brasileiras e portuguesas, e mesmo nas brasileiras entre si", lê-se no documento.
As imigrantes brasileiras queixam-se de que, "por causa de algumas mulheres brasileiras que vêm a Portugal 'fazer a vida', todas pagam um preço muito alto, já que são todas discriminadas".
Por seu lado, as portuguesas olham-nas como mulheres "fáceis" que lhes querem "roubar os maridos".
Apesar de julgarem as suas compatriotas e de se sentirem prejudicas pela forma como ganham dinheiro, as imigrantes brasileiras reconhecem que a prostituição é, às vezes por escolha, mas outras por engano ou exploração.
Quanto aos homens brasileiros, concordam que a imagem das mulheres brasileiras é negativa por estar sempre associada à prostituição e à vida fácil.
O estudo revela que há ainda a registar em Portugal um aumento dos casamentos mistos, que crescerem de 1.292 (em 1996) para 3.581 (em 2003).
"Ao longo de toda a década passada, os casamentos mistos envolvendo parceiros brasileiros foram os mais frequentes em Portugal, nomeadamente os realizados entre homens portugueses e mulheres brasileiras", lê-se no documento.
De acordo com os autores, os casamentos luso-brasileiros aumentaram de 122 (em 1996) para 1165 (em 2003), representando nesse ano mais de metade dos casamentos mistos entre homens portugueses e mulheres estrangeiras.
MCL.
Lusa/Fim
04 juillet 2007
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