Liège, 10 de Julho de 2007
Viva Caros Amigos,
Enquanto se aguarda a designação do novo primeiro-ministro timorense, vou meter-me mais uma vez no que não me diz respeito mas, como continuo a sentir-me muito próximo do povo timorense e como a situação me inquieta e muito, aqui vão algumas reflexões (e isto enquanto não escrevo os meus apontamentos de viagem de trabalho que efectuei a Timor em Maio de 2000).
Alkatiri tem toda a razão em reclamar formar um governo, mesmo se pouco viável, é o que se passaria na Bélgica, onde vivo e onde viveu um alto dirigente e deputado eleito por um dos partidos da oposição à Fretilin que formou, depois das eleições, uma coligação de maioria parlamentar para governar Timor.
Se a Fretilin não conseguir formar um governo, só ou em coligação, ou se não conseguir aprovar o programa no Parlamento, isso sim, as coligações dos partidos minoritários poderão avançar. O dirigente e deputado da oposição de que falei, sabe muito bem que é assim.
Muitos dirão que é um luxo de países ricos, talvez até seja mas, a paz política numa democracia em construção, também é muito importante.
A coligação de partidos minoritários poderá não durar muito tempo, como lembrou hoje o Bispo de Baucau. O tal dirigente e deputado da oposição à Fretilin e agora coligado com a nova CNRT, em 2000 não morria lá muito de amores por Xanana Gusmão e hoje? Será um casamento sério ou só oportunismo político?
Timor precisa de um governo sólido, falam que Alkatiri vive longe dos problemas do povo mas, será que os dirigentes da oposição vivem melhor os problemas do povo? O que ressenti, quando estive em Timor em 2000 é o divórcio total que existe entre a classe dirigente, oriunda na grande maioria das famílias abastadas e remediadas e a grande maioria povo que vive na extrema miséria, o equilibrio só se mantendo com o grande respeito que ainda existe pela hierarquia mas, quando se rompe, como no ano passado, dá no que se está ainda a ver
Ramos-Horta bem quer designar como chefe de governo Xanana Gusmão mas, será este capaz de formar e dirigir um governo estável, composto das mais variadas tendências políticas, desde os antigos revolucionários, aos colaboradores com a Indonésia passando pelos antigos estudantes contestatários à ocupação indonésia? Uma missão muito difícil, talvez mesmo impossível.
Os timorenses merecem tudo o que há de melhor e para tal, precisam de estabilidade e de um governo que governe!
Talvez só tenha dito disparates mas é o que me parece ser, visto cá de longe e com paixão. O que mais desejo é que haja reacções mas, parece que Timor já não interessa a ninguém, talvez só aos indonésios e aos australianos...
Um abraço amigo
Fernando Cabrita Moreira/EntreCais
P.S. Voltarei em breve!
09 juillet 2007
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