18 novembre 2007

E assim vai a negociata da nossa língua...

SPA e EPEL criticam Governo sobre anúncio do Acordo Ortográfico

Público 18.11.2007

Ausência de debate, ministérios centrais fora do processo, precipitação e riscos não ponderados são alguns dos reparos feitos pela SPA e a APEL no momento em que, de fonte oficial, se soube que o Governo pretende ratificar até ao final do ano o Protocolo Modificativo do Acordo Ortográfico.
Um primeiro reparo prende-se com a "informalidade" do anúncio da projectada ratificação. Tanto a SPA (Sociedade Portuguesa de Autores) como a APEL (Associação Portuguesa de Editores e Livreiros) desaprovaram o modo como o ministro dos Negócios Estrangeiros deu a conhecer o propósito governamental: "No intervalo para café da XII Reunião do Conselho de Ministros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), anotou a APEL, num comunicado; declaração "sem carácter formal", apontou José Jorge Letria, vice-presidente da SPA, ouvido pela Lusa.
Mais duros foram os reparos feitos pelas duas associações ao que descreveram como "ausência de debate". "Nenhuma instituição do Estado, ou que o represente", disse "nada a ninguém", assinalou à Lusa José Jorge Letria, precisando que, por exemplo, a cooperativa de cuja direcção faz parte "não tem conhecimento do que vai ser ratificado".
No mesmo sentido se pronunciou Baptista Lopes, presidente da APEL, ao considerar "fundamental que tudo seja analisado e discutido". "Não somos antiacordo; somos é contra o modo de ratificação, esta forma canhestra e pouco respeitadora" de fazer as coisas.
A José Jorge Letria "surpreende e preocupa" verificar que os Ministérios da Cultura e da Educação, "estruturantes" neste processo, "não foram tidos nem achados" no debate. O processo é conduzido pelo MNE e este, critica o escritor, "deixa de fora" instituições que nele deveriam estar directamente envolvidas - não apenas a SPA, mas também a APEL, a União de Editores Portugueses, UEP, a Associação Portuguesa de Escritores, APE. Tem de haver, reclama, "ponderação e debate".
Os dois responsáveis estão convencidos de que os interesses de Portugal nesta matéria não estão a ser devidamente tidos em conta e alertam para os riscos. Para além das "implicações óbvias" no mundo editorial, são os próprios interesses nacionais que estão em causa, na avaliação de ambos.

1 commentaire:

SOS Miséria a dit…

Olá prof, comment allez vous?
Aqui é uma brasileira que vive na Bélgica, pode até ser que vivemos perto, creio que não pois me parece que o prof vive em Liége. Mas respiramos as mesmas inertezas políticas pelo momento.
Grande abraço
Alda