08 novembre 2007

ATHUL KAHRE, O SENHOR DESCRÉDITO

António Veríssimo

MUDE-SE A “COISA” APESAR DAS MOSCAS SEREM AS MESMAS

O processo de democratização de Timor-Leste está inquinado pela organização que tem mais responsabilidades, a ONU.
Tal facto deve-se à estultícia de um elemento daquela organização que está declaradamente a prejudicar o normal percurso que uma nação em formação que por nascer torta tarde ou nunca mais se endireitará: Atul Kahre.
Têm sido inúmeras as incongruências praticadas por este representante da ONU ao longo da crise despoletada no início de 2006. Fastidioso seria referi-las.
O senhor Atul Kahre, chefe da UNMIT, o mais alto representante das Nações unidas em Timor-Leste, tem sido um verdadeiro entrave para a real democratização do país, para a efectiva eficiência do exercício da justiça social, política e de eventuais punições criminais.
Tudo isto tem acontecido e sido posto em prática ao longo de mais de um ano com o maior dos descaramentos, com a maior das indiferenças pelo drama social e político que se está a desenrolar quotidianamente.

As posições de parcialidade de Atul Kahre em favor do percurso previamente traçado pelos que fizeram o despoletamento da “crise” – golpe de estado – são incomensuráveis, não permitindo aos injustiçados defesa possível.
Atul Kahre representa o descrédito a que muitos têm conduzido a ONU. Atul Kare é o senhor descrédito naquela parte do mundo. È quem passa indiferente perante dezenas de milhares de deslocados. Quem assiste a manobras políticas, sem contestar, que têm levado ao colo Xanana Gusmão – um dos grandes responsáveis por dezenas de mortes, de feridos, de milhares de destruições e respectivos desalojamentos. Quem tem criados obstáculos estultos mas eficazes para que o aparelho judicial cumpra a sua missão: fazer com que a justiça se cumpra.
Naturalmente que tudo isto acontece na falta de Kofi Anan, substituído por um assimilado das políticas adversas aos interesses dos povos mais injustiçados no mundo: Ban Ki-Moon.
Não é crível que Kofi pactuasse com tamanha postura de parcialidade de um representante da organização.

Uma das últimas atitudes inqualificáveis deste indigno representante da ONU está patente numa carta vinda a público e que deixa perceber a falta de respeito que o Senhor Descrédito manifesta pela justiça, pelos juízes internacionais destacados em Timor-Leste.
A propósito de ter sido requerido o depoimento de uma testemunha ocular e intrinsecamente envolvida no caso conhecido por “massacre de Caicoli”, onde polícias timorenses foram assassinados, alegou infundadamente, o Senhor Descrédito, imunidade dos funcionários das Nações Unidas para deporem em tribunal como testemunhas.
Foi afirmado pelo tribunal a inexistência de fundamento legal para que Kahre se refugie nessa desculpa esfarrapada.
Ostensivamente, Descrédito, dirige a carta com os aleivados fundamentos ao Escrivão do Tribunal, ignorando o Juiz…
Ostensivamente, o baixo representante de Moon, tem ignorado as cartas em que o tribunal lhe dá conhecimento da invalidade e ilegalidade dos seus argumentos e pede que os fundamente…
Agindo com impunidade, Kahre ignora o juiz, ignora o tribunal, ignora as leis, ignora o seu dever de não criar obstáculos à legalidade…
As reticências dos parágrafos anteriores representam a dificuldade de descrever a nociva presença e atitude deste incrível funcionário da ONU.

A resistência, afrontamento e desrespeito patenteado por Atul Kahre admite especulações de todo o género, que o descredibilizam ainda mais. Tal postura conduz-nos a querer saber aquilo que Khare quer esconder. Que quer Kahre?
A gravidade da sua postura faz entender, aos que têm acompanhado a problemática relacionada com Timor-Leste, quanto a sua parcialidade e protecção a ilegalidades estão a prejudicar Timor-Leste em vez de acontecer o contrário.
Não pode, este Senhor Descrédito, continuar a agir impunemente fora de lei e de ordem. Sob pena de jamais Timor-Leste poder vir a ser o país estável que se pretendia e que se esperava, que se deseja e exige-se.
Mude-se pois a “coisa” – esse é o dever de Moon – apesar de as moscas serem as mesmas!
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* também publicado no VOX POPULI - Portugal

Publicada por Fábrica dos Blogs

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