12 octobre 2007

TIMOR-LESTE MERECE MELHOR!

Sexta-feira, 12 de Outubro de 2007



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ENTREGÁMOS TIMOR-LESTE À AUSTRÁLIA?
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Para quem tem ou teve, de algum modo, ligação com Timor e com os timorenses torna-se doloroso saber o que lá se passa e aquilo que não tem sido feito com os apoios publicitados pela comunidade internacional e principalmente por Portugal, que é o maior doador.
Muitos milhões de dólares têm sido canalizados para a ajuda a Timor-Leste - assim o anunciam - mas é mais que legítimo perguntar se esses milhões estão na realidade a reverter para os timorenses, para a população timorense, ou se são desviados para contas bancárias dos que não precisam e que são as tais sanguessugas a que muitos apontam os dedos - caso das ONGs, dos gestores internacionais, dos técnicos internacionais, dos peritos internacionais, dos cravas internacionais, etc.
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Quem anda a "aboletar-se" com os tais milhões de que tanto se fala mas que o timorenses quase não vêem?
As escolas, têm condições e funcionam convenientemente? A formação profissional está a proceder à formação dos timorenses de forma significativa? Estão a ser criadas estruturas de saneamento básico nas cidades e aglomerados mais populosos? A saúde está a ser olhada com responsabilidade e os hospitais, centros de saúde estão a funcionar com instalações e organização progressivamente melhorada? A habitação é condigna para a maioria dos timorenses? Têm-se construído casas ou "barracas"? O investimento tem sido fomentado? A corrupção combatida?
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Um sem número de questões poderão ser postas que a resposta é sempre não.
Para cúmulo existem mais de cem mil deslocados a viver em campos de barracas de lona onde falta quase tudo. Até o que comer e água potável!
Será importante referir que estes deslocados são fruto daquilo que denominam de "crise de 2006", mas que se traduz na realidade pura e dura por um golpe de estado fomentado por desassossego da Austrália que encontrou em Xanana Gusmão, Ramos Horta e mais uns quantos, a real predisposição para tomar o Poder a qualquer preço, objectivos que conseguiram.
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Verdade seja dita que parece notar-se não ter o governo da Fretilin, com Mari Alkatiri por primeiro-ministro, governado do melhor modo. Igualmente é verdade que Timor-Leste é um país que acabou de nascer e onde todos estão a aprender. Verdade também que Timor-Leste nasceu das cinzas deixadas pelos militares tiranos indonésios - a quem Xanana e Horta abraçam irmã e comovidamente.
Tudo isso é verdade mas não invalida que o governo Alkatiri devesse ter feito mais, muito mais, pelo desenvolvimento acelerado do país. Ajudas não lhe faltaram e dinheiro também não devia faltar. Mesmo que as ajudas não chegassem intactas a Timor-Leste - como certamente não chegaram, pelos motivos apontados e mais aqueles que Malaca Casteleiro apontou.
Verdade também é que o governo da Fretilin foi um aceso e imperturbável defensor dos interesses que assistem a Timor no referente ao Mar de Timor, seu petróleo e gás. Que se louve facto tão patriótico.
O mesmo não poderemos dizer sobre a continuidade que Horta e Xanana - actuais ocupantes do Poder - irão dar à defesa desses interesses e de outros.
O governo Fretilin era um poderoso e persistente "engulho" para a política neocolonialista do governo australiano do ultra-conservador Howard, por isso o golpe de estado, por isso Horta e Xanana estarem nos cargos que a Howard interessa.
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Enquanto isso, o governo português de Sócrates tem andado a pairar e a esquivar-se às responsabilidades morais que tem para com Timor. Em momento algum se referiu à Austrália como a principal força desestabilizadora do país. Freitas do Amaral, então ministro dos Estrangeiros, foi o único que teve um comportamento digno e chamou os bois pelos nomes em relação à Austrália - isto logo no inicio da crise de 2006.
Mas Freitas do Amaral foi embora e a corte de Sócrates borrifou-se para o assunto, entregando o caso a um jovem da Cooperação que só há uns anos sabe onde é Timor-Leste, mesmo assim de passagem para a Austrália.
João Gomes Cravinho, secretário de estado da tal Cooperação e mais qualquer coisa, visitou Timor para anunciar que Portugal doaria 60 milhões de dólares americanos em três anos... E que mais?
Gomes Cravinho disse em entrevista que era amigo da esposa australiana de Xanana Gusmão, Kirsty Sword - muitos amigos tem esta senhora, que dizem ser agente do governo australiano.
Pois, provavelmente isso bastou, a amizade. É que mesmo que não se queira pensar torto sabemos que na política as coisas quase nunca acontecem por acaso...
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Ao "passear" pelos blogs relacionados com Timor-Leste conseguimos perceber que a "crise" continua e que não será Horta nem Xanana a resolver tão depressa quanto prometeram os enormes problemas que contribuíram para acrescentar aos já existentes.
Os refugiados-desalojados ultrapassam os 130 mil, nem todas as crianças frequentam as escolas, as escolas não têm condições, na maior parte dos casos...
Os jovens de Timor, que são a maioria da população, vagueiam sem perspectivas. Sem educação nem formação profissional. A alimentação é péssima ou muito escassa...
Enfim, a miséria grassa por Timor-Leste e desmente os bem intencionados padres que ajudaram ao golpe de estado, os bem intencionados líderes históricos que parecem ser mais amigos dos torcionários indonésios do que dos seus irmãos timorenses.
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Nesses mesmos blogues percebemos que há quem em Timor-Leste se aperceba do afastamento do governo português socratiano e sem rebuço afirme que Portugal entregou Timor à Austrália.
Claro que a afirmação é contundente e transmite desgosto para os imensos portugueses que adoram Timor.
No blogue "TIMOR ONLINE" podemos ler a seguinte abertura de post:
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"Infelizmente, este governo negociou com o Governo australiano a "entrega" de Timor-Leste. O SNEC, João Cravinho, deixou de financiar a cooperação nas áreas críticas, em que Portugal contribuia não só para o desenvolvimento de Timor-Leste, mas que também ajudava Timor-Leste a garantir a sua soberania e independência, em relação aos seus vizinhos menos escrupulosos. Desde os Serviços da Alfândega, ao Gertil (Gabinete de Arquitectura responsável pelos planos de ordenamento), à Missão Agrícola, ao contingente da PSP (quiçá em breve a GNR), à falta de apoio aos juízes portugueses (de partida), às empresas portuguesas, Portugal abandonou Timor-Leste."
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O autor deste post não está longe da verdade, aliás, ele documenta em texto as suas afirmações. Também nos comentários se percebe que há portugueses que se sentem envergonhados com a postura do governo socrático e com alguns portugueses que vão para lá para "sacar" e se borrifam para os valores histórico-culturais que unem portugueses e timorenses. Esses são os escroques de Portugal que deviam ficar pela Austrália assim que pensem em regressar.
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Quanto ao governo português de socráticas e vestutas personalidades, esperemos que arrepie caminho em relação aos apoios efectivos que os portugueses querem dar aos timorenses, não esquecendo que para além do cantinho que eles têm nos nossos sentimentos, devemos-lhes imenso moralmente por via de uns quantos militares portugueses cobardolas e pseudo revolucionários que deixaram uns quantos jovens de Timor tornarem-se em "líderes" da desgraça do país - coisa que continuam a querer ser apesar de já estarem na casa dos sessentas.
Timor-Leste merece melhor, muito melhor!
Tenhamos esperança que Cravinho ainda não tenha entregue Timor-Leste à Austrália e que a oposição parlamentar em Portugal saiba perguntar exactamente isso ao primeiro-engenheiro. Engenheiro? Isso para muitos nunca foi devidamente esclarecido.
É isso e não haver corrupção em Portugal. Olha quem o diz!
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Mário Motta/Portugal Directo

Publicada por Fábrica dos Blogs em http://timorlorosaenacao.blogspot.com/

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