12 février 2012

AINDA O ACORDO ORTOGRÁFICO E OS VELHOS DO RESTELO

O novo acordo voltou à baila com a nomeação pelo governo P.P.Coelho de Vasco G.Moura para o C.C.B. (Centro Cultural de Belém) mas será que este senhor e todos que são contra o acordo já se aperceberam do que andam a fazer?

Será que já repararam que quase nada muda, apenas algumas consoantes inúteis, alguns acentos a menos e uns hífens a menos por aqui e por alí, nada a ver com o que se passou em 1911 com a introdução da reforma ortográfica (sem acordo com o Brasil mas aceite por este país numa primeira fase que poucos anos depois rejeitou sob pressão de intelectuais nacionalistas que consideraram a reforma como uma imposição neo-colonial) muito mais contestada do que a atual que, foi o acordo possível em que do lado português participou ativamente o maior linguista das últimas décadas o Professor Lindley Cintra.

Quem é Vasco G.Moura, por grande poeta que seja, para contestar o grande Professor Cintra, já agora para ser coerente e se identificar inteiramente com o velho do Restelo que representa tão dignamente na atualidade, porque é que não volta a escrever como se fazia até 1910?

Para quem fala das diferenças das relações do português com o do inglês ou do castelhano com as antigas colonónias da América, esquecem-se do tamanho e da diferença entre os países e sobretudo que o inglês e o castelhano se afirmaram como línguas internacionais na ONU e tudo têm feito para que a língua portuguesa não seja reconhecida como língua internacional, realçando as diferenças das escritas no Brasil e em Portugal, o que claro nunca fizeram em relação às línguas inglesa e espanhola escritas de um lado e do outro do Atlântico.

Afinal quem é Patriota? Quem defende a estagnação e o isolamento neste pequeno rectângulo ou as reformas e a abertura ao mundo? Toda esta polémica talvez até não passe de uma forma orquestrada para fugir à triste realidade e esquecer os verdeiros problemas!

Esta reforma ortográfica só peca por ter sido muito tímida mas foi a possível fazer mas haverá outras no futuro porque a vida e a língua continuam e evoluem todos os dias!

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